Belém e as espadas
Outra vez tempo de “urgente” reforma militar. Como se explicou na campanha, os poderes de Belém nesta área são decisivos (daí a súbita profusão de presidencialistas vingativos, e de parlamentaristas tardios).
Cavaco não poderá assim ficar calado, quando receber as queixas costumeiras sobre o “monopólio” do Exército, a “megalomania” da Marinha ou o “irrealismo confuso” da Força Aérea. Mas não pode também erguer-se como advogado de um ramo contra os outros, ou anjo vingador que mata primeiro e faz justiça depois.
Numa situação dramática, em que tocamos no fundo, qualquer juízo corporativo deve ser exemplarmente banido, e trocado por uma nova direcção “holística”, insistindo, de vez, em forças mais unas, móveis e operacionais, que saiam do papel para a rua. O governo terá de fazer mais sacrifícios reais, para as equipar e pagar, e elas precisam de provar, por actos e prontidão, que vale a pena o investimento.
Nuno Rogeiro
Retirado da Sábado, 22 de Junho de 2006
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