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sábado, dezembro 04, 2010

Uma nova revista:

domingo, outubro 22, 2006

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A longo prazo imigrantes vão acabar por submergir as populações nativas



Fiel às suas ideias de sempre, assentes nas alegações do perigo estrangeiro na figura dos imigrantes, Jean-Marie Le Pen regressa à cena política francesa como candidato da Extrema-Direita nacional, fenómeno que conhece novo crescimento no espaço europeu. Eurodeputado sem qualquer fé na Europa comunitária, nacionalista irredutível, Le Pen advoga a revogação dos tratados que cimentam a União Europeia, cujo projecto de prosperidade entende ter redundado num fracasso.



Jornal de Notícias |Como justifica a progressão da Extrema-Direita na Europa (como na Bélgica, Áustria, Eslováquia e também na França)?



Jean-Marie Le Pen |Esse fenómeno - geral na Europa - está ligado à consciência de certo número de perigos que não cessou de aumentar desde há alguns anos. Em primeiro lugar, a torrente de imigração do Terceiro Mundo, consequência da multiplicação da população mundial, pois havia 1,5 milhões de pessoas no início do século XX e agora há sete mil milhões, em progressão; as condições de empobrecimento vão-se agravar e a tentação de ir para países que são oásis provisórios, de prosperidade ou sobrevivência, é muito grande. Mas não há só esse perigo; há muitos outros, como a insegurança, o desemprego, a sobrepopulação das cidades e das periferias, etc. Agora este fenómeno é ressentido pelos países que recebem o primeiro choque da imigração, como a França, a Itália, a Inglaterra, a Espanha....



Qual é a sua previsão para tal situação, a médio e longo prazos?

Antes de mais, não faço julgamentos morais sobre o fenómeno, mas sempre afirmei que não deveríamos "compactuar" nunca com os políticos da Esquerda e da Direita, que são os responsáveis por esta imigração, o que é verdade para a Bélgica e para a Holanda, por exemplo. Porque este fenómeno cria uma série de fricções, pressões, distorções e confrontos que se vão agravar com a chegada continua de pessoas suplementares. Ora, a longo prazo, as populações exógenas acabam por submergir as populações nativas e, por consequência, impor-lhes a maneira de ser, de ver, os seus costumes e regras. A isso chama-se a perda da independência. Ora advogo o direito e o dever de cada comunidade de se defender. Defender a sua liberdade, independência, território, o seu património. Sou um porta-voz dessa revelação.



É por isso que defende "uma 'imigração zero', no que respeita a imigração que vem do exterior da Europa e mesmo da Europa"?

Sim, porque cada povo, cada indivíduo, tem o direito a uma nação, uma pátria, que para mim é o melhor quadro para o desenvolvimento e a defesa dos seus direitos e interesses. A 'imigração zero' pode sofrer excepções, mas resta o princípio. Mas hoje em dia, é a abertura - e não das fronteiras porque não as há -, a liberdade geral de circulação que, evidentemente, é um elemento de desequilíbrio profundo no Mundo. Sabe quantos imigrantes equatorianos há em Espanha? 500 mil. Você é portuguesa e tem a mesma nacionalidade que um brasileiro, por exemplo. Se amanhã ocorrer uma epidemia, vêm bruscamente 30 milhões ou 40 milhões de brasileiros há procura de refúgio em Portugal. Se ficarem em Portugal, vocês serão submersos; mas, se não ficarem em Portugal, em virtude da lei europeia, vêm para França! O que disseram Zapatero (chefe do Governo espanhol) e Berlusconi (ex-primeiro-ministro italiano)? Regularizaram 1,5 milhões de clandestinos em 2005, porque eles não ficam lá, vêm para França. Ora, Zapatero que guarde os clandestinos em Espanha.



Como os que chegam a Portugal e partem para os restantes países europeus quando não conseguem sobreviver no pais...

Exactamente. Mas a Inglaterra não pode receber mais imigrantes e vai fechar as fronteiras. A França também não pode mas eles continuam a chegar a Espanha, a Portugal... será necessário alojá-los, alimentá-los. Será dramático. E, com a política social igualitária, em nossa casa vão ganhar, sem trabalhar, cem vezes mais do que ganham nos países de origem! Acreditam que aqui é o paraíso. Chegam os primeiros, instalam-se. É como a "Jangada da Medusa"(referência ao quadro de Géricault).



Nesse contexto, como é que avalia a iniciativa do "Espaço Schengen?

Sou, em absoluto, pela revogação do Tratado de Schengen e de Amesterdão, para que sejamos responsáveis pelo nosso próprio destino e que tenhamos os nossos meios políticos. O que não é o caso, hoje.



Qual a sua posição sobre a União Europeia?

Sou eurodeputado há 22 anos. E também eurocéptico. Penso que a nação tem o quadro necessário ao equilíbrio do Mundo, à segurança, liberdade dos povos, defesa da sua cultura e língua e, por consequência, esta mistura de países que não falam dos mesmos problemas não pode ser funcional. Por exemplo, Sarkozy (ministro do Interior francês) quer que sejam 27 países europeus (a partir de 31 de Dezembro) a ocupar-se dos problemas da imigração. Mas não há tais problemas na Polónia, na Eslováquia, nem nos países escandinavos. Qual será a capacidade de decisão desses países sobre uma questão que não os afecta? Os problemas são diferentes em todos os países, e cabe a cada um decidir se abre a sua porta. Isto é um profundo erro. Alguém disse "Vamos fazer a Europa porque teremos prosperidade como jamais conhecemos". Ao fim de 30 anos, a 'Eurolândia' é o único sítio do Mundo onde não há crescimento. O que nos foi prometido em troca da soberania e do direito de dispormos de nos próprios foi o 'pó de perlimpimpim'.



Líder da Frente Nacional, partido ultranacionalista francês, Le Pen é conhecido por defender políticas radicais, entre elas a readopção da pena de morte, maior restrição de imigrantes em França de países fora da Europa e independência da França da União Europeia. Foi candidato à Presidência da França em 2002, em que foi à segunda volta, mas foi derrotado nas urnas por Jacques Chirac.

Sónia Gomes da Silva

Retirado deo Jornal de Notícias, 21 de Outubro de 2006.

segunda-feira, outubro 16, 2006

Agora!


Já conheciam a revista Right Now!? Eu desconhecia, está para os conservadores da Direita britânica como a American Conservative está para os conservadores americanos.

O aborto e as marés ideológicas


Cresce a possibilidade de termos um novo referendo sobre a liberalização do aborto. A discussão no Parlamento está agendada e os jornais há muito ateiam o tema. Tudo indica que o poder político nos vai perguntar se mudámos de opinião desde 1998.

O aspecto mais chocante desta reedição é, sem dúvida, o momento escolhido. Hoje, ao contrário de há oito anos, o País vive uma crise grave, com estagnação económica, alto desemprego, fortes carências e contestações em múltiplos sectores. Iniciar nestas condições um debate sobre uma questão tão controversa e dolorosa parece loucura total.

Não é certamente por sérias razões políticas, sociais e de interesse nacional que o referendo vai ser marcado. Se tivesse sido imposto de fora, diríamos tratar-se de sabotagem inspirada por potências inimigas. Que o próprio Governo da República lance o processo é inacreditável.

Uma irresponsabilidade tão flagrante denuncia a presença do único elemento que pode determinar tal cegueira, o preconceito ideológico. Isso aliás é evidente nos argumentos apresentados. Os dois lados em debate esgrimem as suas razões, mas só um deles invoca o testemunho do progresso. Segundo os proponentes, uma das principais razões para mudarmos a nossa lei é a sua desactualização. Ouve-se com frequência dizer que esta nossa legislação é obsoleta, ultrapassada, a "mais atrasada da Europa". Abortar à vontade parece ser moderno.

É difícil imaginar como é que o tempo entra numa questão tão básica e perene como esta. O aborto, como o terrorismo ou o crime, não melhora com o desenvolvimento, flutua com a moralidade. Mas as marés ideológicas nunca seguem a lógica.

Há 30 anos, os defensores da economia colectivizada e planificada também se consideravam progressistas e avançados. Propor a ditadura do proletariado era então actual e dinâmico, enquanto a liberdade de mercado se mostrava antiquada e conservadora. Essa maré passou, e sabemos agora que a antevisão era não só um pedantismo intelectual insuportável mas um criminoso atentado contra a civilização e o bom senso. Os países que caíram na armadilha foram arrastados para desastres económicos de que só dificilmente ainda recuperam, enquanto as gerações seduzidas por tais ideologias se perderam debaixo dos escombros da sua tolice.

A maré mudou e agora o mesmo tipo de raciocínio passou dos inimigos da liberdade económica para os que atacam a família e a vida (que aliás são, em geral, os mesmos). Com uma diferença fundamental. De facto, o sistema colectivista tinha à partida hipóteses teóricas de funcionar. As dificuldades de implantação revelaram-se insustentáveis, mas ao nível da concepção está demonstrada a equivalência potencial de resultados entre economia dirigida e descentralização mercantil. Pelo seu lado, a liberalização do aborto não tem nenhuma hipótese de futuro. Na dinâmica das civilizações, a dissolução doméstica, promiscuidade sexual e obsessão venérea são sempre sinais de decadência, não de desenvolvimento. Aliás, a Europa vive já uma grave crise de valores e uma catástrofe demográfica, que lhe serão fatais na dinâmica global dos blocos. Precisamente porque a sua cegueira ideológica é avassaladora.

Um sinal disso vê-se nos jornais que, como sempre, são escravos das modas intelectuais. Aliás, uma das poucas vantagens do período de referendo é que os meios de comunicação social serão obrigados a abandonar a descarada defesa do aborto, para fingirem uma imparcialidade forçada. Esse foi um dos factores que permitiu há oito anos que, silenciada a "opinião pública oficial", se manifestasse a verdadeira atitude dos portugueses.

A maré vai mudar. Entretanto a alteração da lei tem um aliado perigoso: o comodismo burguês. Não faltam os que dizem coisas como: "Eles não nos largam com isto, o melhor é deixá-los mudar a lei para ver se se calam." Além de cobarde e cínico, trata-se de um erro clamoroso. Porque "eles" não se vão calar, tal como os revolucionários da geração anterior só pararam diante da catástrofe económica. Reforçados com uma evental vitória que a cobardia lhes concedesse, iriam promover outras mudanças, menos sangrentas mas mais depravadas.

Portugal em 1998 conseguiu conter a principal maré ideológica do nosso tempo. Se o aborto tivesse sido liberalizado, sofreríamos agora a confusão de temas que países próximos, com leis mais "avançadas", sofrem. E viveríamos os terríveis estragos humanos que por lá se vivem.

João César das Neves

Retirado do Diário de Notícias, 15 de Outubro de 2006. J.C. das Neves está na Alameda Digital.

domingo, outubro 15, 2006

O primeiro fim da História


Quase todos os povos – a começar pela França – possuem cadáveres nos armários.

Há exactamente 200 anos, em Jena, e verificando o triunfo napoleónico sobre o Exército prussiano, o filósofo Hegel escrevia sobre o evidente “fim da história”. Esmagando as tropas de Frederico Guilherme, do duque de Brunswick, do príncipe Holenhoe e do general Von Ruchel, as águias da nova revolução francesa impunham uma nova ordem na Europa. Parecia eterna.

Lembrei-me disso quando ouvia as palavras do chefe do Estado-Maior do Exército inglês, Richard Dannatt, explicando que é tempo de começar a pensar em maneiras de sair do Iraque.

As discussões dão-se também em Washington, e tornar-se-ão mais prementes depois das eleições de Novembro, se as duas câmaras mudarem de mãos. A política ocidental no Iraque não pode ser motivada pela ilusão do fim da história, nem pela teimosia, nem pelo dogma. E os iraquianos são, presumivelmente, suficientemente crescidos para tratar de si. Se não forem, devem requerer, a qualquer tribunal internacional, um tutor permanente.

MEMÓRIA E PALAVRA (1)

Desde há muito que se formou o consenso, dentro e fora da Turquia, sobre o sofrimento dos arménios, pelo menos desde o termo das guerras com a Rússia, no fim do século XIX, até 1923.

Um tribunal marcial de Ankara declarou culpados, em 5 de Julho de 1919, vários membros supremos do Partido Ittihad, Terakki e do CUP (instituições fundamentais da facção antiliberal do movimento Jovem Turquia), pelos excessos praticados contra a nação arménia. Os acusados incluíam o ex-primeiro-ministro Mahmet Talaat Paxá, e os ministros da Guerra, da Marinha e da Cultura, entre outros. Os actos referenciados tinham sido praticados em 1915, e as condenações à morte foram proferidas.

Tratou-se de ‘genocídio’, ordenado pelo Estado turco, ou de actos de deportação, perseguição e assassínio, perpetrados por facções e bandos imperiais, nacionais e locais? Tratou-se de um plano concertado e pensado, ou de um conjunto de actos com causas várias?

E como foram tratados os arménios, na experiência da URSS?

MEMÓRIA (2)

Em suma, é importante discutir, redescobrir e reconhecer o passado. Nenhuma norma deve impedir essa busca, essa dúvida, esse processo. Sendo assim, a lei francesa que criminaliza quem ‘negar’ o genocídio arménio, não é menos imbecil do que as leis turcas que interditam a menção do mesmo.

Se começarmos a olhar para o passado, quase todos os povos – a começar pela França – possuem cadáveres nos armários.

A pilhagem napoleónica na Europa e no Mundo, o massacre dos contra-revolucionários da Vendeia, a repressão da Comuna de Paris (pelo Exército imperial derrotado em Sedan, providencialmente libertado pelos alemães para ‘repor a ordem’ na capital) são apenas alguns desses momentos.

Por outro lado, os políticos franceses que querem ajustar contas com a Turquia actual, e impedi-la de aderir à UE, deviam ser mais sinceros nos argumentos. Não vale a pena culpar os netos pelos pecados dos avós.

Nuno Rogeiro

Retirado do Correio da Manhã, 15 de Outubro de 2006.

sábado, outubro 14, 2006

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Nós, os descontentes

Setenta mil pessoas estiveram ontem na rua contra o Governo de José Sócrates, num protesto organizado pela CGTP. A manifestação serviu para mostrar o descontentamento maciço com as políticas do Governo. E que descontentamento é esse? Na lista de reivindicações dos manifestantes havia exigências corporativas (a recusa da reforma da adminis- tração pública), pruridos ideológicos (a defesa da escola pública) e posições de mera politiquice (o pedido de divulgação dos subsídios do Estado aos gestores que fizeram parte do Compromisso Portugal). Razões diversas, méritos diversos. Mas havia depois, como sempre, um desconforto e uma decepção mais profunda de quem não vê a crise desaparecer, de quem não tem expectativas, de quem perdeu o que tinha, de quem está com medo, de quem não quer pagar o preço de reformas e mudanças inevitáveis, de quem sofreu injustiças a sério e de quem finge que sofreu injustiças a sério, de quem não sabe o que fazer e de quem só não quer saber o que fazer. É precisamente sobre este descontentamento difuso, instintivo, que gostaria de falar.

Porque eu não estive ontem na rua e nada me liga ao mundo sindical e muito menos à CGTP. Nem quero fazer comparações displicentes. Só que eu, confesso, também me sinto descontente. Como os 70 mil de ontem, eu sou um descontente. E estou descontente porque também eu não sei nada do que para aí vem. Sei pouco: sei que dependo de mim, do meu trabalho, das minhas possibilidades, da minha sorte; sei que tenho de pagar a minha formação e saúde; e tenho de pensar na minha reforma e fazer os meus descontos; e usar a minha liberdade; e trabalhar mais horas e mais precariamente; e mudar de vida quando a vida me desiludir. E hei-de queixar-me sempre, provavelmente, tantas vezes como agora me queixo.

Eu sei disso. E também não gosto disso. Eu sou um descontente porque também eu preferia um mundo em que a segurança, a certeza e a protecção prevalecessem. Quem, se puder escolher, não prefere? Mas já não é possível escolher. As facilidades do passado não são repetíveis. Não se evita a realidade.

Pedro Lomba

Retirado do Diário de Notícias, 14 de Outubro de 2006.

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quinta-feira, outubro 12, 2006

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Monteiro escreve a Cavaco para que não convoque referendo sobre o aborto


Manuel Monteiro escreveu, ontem, uma carta ao Presidente da República, Cavaco Silva, solicitando-lhe que pondere a oportunidade da convocação do referendo sobre a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, por entender que "a esmagadora maioria dos portugueses não está preocupada nem motivada para uma participação eleitoral desta natureza".

"Atendendo à forma como o assunto vem sendo abordado, corremos o risco de assistir, uma vez mais, a uma imensa taxa de abstenção, colocando- -se assim em perigo a própria figura do referendo", afirma Monteiro na carta, a que o PÚBLICO teve acesso.

"Salvaguardando aqueles para quem o folclore político é sempre mais importante do que a discussão serena e séria, a realização deste referendo, em Janeiro, apenas aproveitará aos que desejam adiar as decisões estruturantes sobre o futuro do país", refere o presidente do Partido da Nova Democracia (PND), observando: "A avaliar por muitas opiniões já conhecidas, desde logo a de altos dignitários da Igreja, a vontade na realização do referendo parece apenas animar quem verdadeiramente nunca neste instituto acreditou."

Ao PÚBLICO Manuel Monteiro lembra declarações que o Presidente da República proferiu durante a campanha eleitoral para as presidenciais, segundo as quais "a questão do referendo não era uma questão fundamental para o país".

"Enquanto candidato presidencial, Cavaco Silva disse isso várias vezes. E, se na altura não era uma questão fundamental, não me parece que em tão pouco tempo se tenha transformado numa questão fundamental", disse Monteiro, sublinhando que, do ponto de vista constitucional, o referendo é uma matéria é da responsabilidade do Presidente da República e não do Governo ou da Assembleia da República.

A proposta de realização de uma nova consulta popular, que partiu do grupo parlamentar do PS, vai ser discutida na Assembleia da República no próximo dia 19 de Outubro. Caberá depois a Cavaco Silva convocar o referendo, que poderá vir a realizar-se em Janeiro do próximo ano.

Via o Democracia Liberal.

Feliz aniversário Grande Líder


Hoje, no aniversário da subida ao poder do ‘líder inteligente’, é muito possível que tenhamos novidades.

A opacidade do regime norte-coreano faz com que as informações válidas cheguem sobretudo de dissidentes, de espiões, ou de antigos aliados. Em boa verdade, são mais interessantes as obras sobre trivialidades do poder, como os escritos do ex-cozinheiro japonês da presidência, Kenji Fujimoto. Interessa também seguir os media locais e falar com os diplomatas de Pyongyang, que continuam a tentar encontrar legitimidade exterior, do Uganda à ONU. Deve fazer-se isto antes de escutar as catilinárias (por coincidência, acertadas) contra o comunismo “pária”, o “modo de produção antigo”, ou o enlouquecimento do poder do “chefe supremo”.

Kim Jong Il, conhecido como Yuri na sua infância siberiana, tem 65 anos. Já foi o ‘Querido Líder’, e é hoje o ‘Grande Líder’ da República Democrática da Coreia do Norte. A morte do pai, Kim il Jung, deixou a presidência vaga, fechada num símbolo. O novo chefe viria a ser ‘apenas’ secretário-geral do partido dos trabalhadores, presidente do Conselho Nacional de Defesa e comandante supremo das Forças Armadas. É nesta tripla condição que Kim Jong Il prepara, desde 8 de Outubro de 1997, as linhas de sobrevivência do sistema político, em torno dos conceitos de auto-suficiência nacional (Juche) e predominância do factor militar ‘transparente’, na doutrina e prática da reunificação (Songun).

Grande Líder (2)

Na altura em que o MNE de Pyongyang explicava que a decisão de um teste nuclear derivava da “nova agressividade americana”, Kim Jong Il enviava mensagens de felicitações, por efemérides diversas, aos presidentes do Chipre, da Alemanha e da Nigéria. E o líder recebia ainda 500 comissários políticos do ‘exército de reunificação’, sob o olhar atento dos generais Jo Myong Rok, Kim Yong Chun e Kim Il Chol. Os gritos de saudação eram também clamores de guerra.

Hoje, no aniversário da subida ao poder do ‘líder inteligente’ (outro título comum), é muito possível que tenhamos novidades, numa ex-mina de carvão da zona de Gilju, na província de Hamkiung, mesmo ao pé da China. Se a experiência não ocorrer, temos de dar os parabéns a essa mesma China.

As ‘sanções’ de Moscovo à Geórgia, punindo antes de mais o povo, contrariam a linha geral humanitária da diplomacia russa, do Irão à Coreia do Norte. Mas são a ‘realpolitik’ de Putin.

Durante o Ramadão, época de sacrifício e compreensão, milícias ‘muçulmanas’ continuam a matar crentes do Islão. Viu-se em Tal Afar, a oeste de Mossul.

Os EUA precisarão de ser muito claros e sinceros quando o Parlamento Europeu divulgar o relatório sobre os voos da CIA. Qualquer outra coisa agravará o fosso.

Nuno Rogeiro

Retirado do Correio da Manhã, 08 de Outubro de 2006.

Amish, os últimos puritanos da América


Devo confessar que sempre fui fascinado pelos Amish, quando já ninguém se recorda que os E.U.A. foram colonizados por puritanos fartos da decadência da velha Europa a comunidade Amish sobrevive e dá exemplos que nem parecem do abominável mundo novo em que vivemos...
Fica aqui a minha singela homenagem!

Amish presentes no funeral do atirador


Dezenas de amish deitaram ontem as mágoas e a revolta para trás das costas e fizeram questão de estar presentes no funeral do homem que matou cinco jovens estudantes de uma escola da sua comunidade em Lancaster, no estado norte-americano da Pensilvânia.

O corpo de Charles Carl Roberts, de 32 anos, foi depositado num pedaço de terra pertencente à família da mulher, atrás de uma igreja metodista situada a escassos quilómetros da escola onde – faz hoje uma semana – o crime ocorreu.

A mulher, Marie, e os três filhos estiveram entre as aproximadamente oito dezenas – cerca de metade eram amish – de pessoas que assistiram ao momento em que o cadáver de Roberts foi enterrado junto ao túmulo cor-de-rosa e em forma de coração da primeira filha do casal, Elise Victoria, que há nove anos morreu após um parto prematuro. A morte da menina mudou a vida de Roberts, deixando-o zangado com Deus e consigo próprio. O atirador – recorde-se – começou por fazer vários reféns e em seguida disparou com uma arma automática, aparentemente para intimidar as crianças. A Polícia cercou depois o edifício e o agressor deixou então sair os rapazes e algumas outras pessoas.

Depois, juntou as raparigas, amarrou-as e começou a alvejá-las, uma por uma. Segundo a Polícia, o atirador matou-as ao “estilo de execução”, atingindo-as na cabeça, e suicidou-se em seguida.

Roberts escreveu previamente uma nota dirigida à mulher, informando-a de que iria suicidar-se. Na mensagem aludia a crimes cometidos há 20 anos e acrescentava que, nos últimos tempos, sonhara repeti-los.

Paulo Madeira

Retirado do Correio da Manhã, 09 de Outubro de 2006.

quarta-feira, outubro 11, 2006

Correcção


Afinal a Magazine Grande Informação já tem presença na internet, mais ou menos - ainda está em construção.

MGI já nas bancas

Comprei hoje o último número da Magazine Grande Informação - já se torna necessária uma presença na internet - e era a última que tinham na banca, o que considero como muito bom sinal.
Neste número temos a estreia do D. Duarte de Bragança como cronista da publicação, sou adepto do Duque de Loulé, mas isso agora não é relevante, a revista é das melhores que tenho lido, de Direita conservadora, tradicionalista e patriótica... de leitura obrigatória.
Ah, notei também que a revista investiu em publicidade em vários placards da zona de Lisboa, recordo que gostei bastante da frase publicitária, patriótica e directa, mas agora não me recordo da mesma.