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domingo, outubro 22, 2006

A longo prazo imigrantes vão acabar por submergir as populações nativas



Fiel às suas ideias de sempre, assentes nas alegações do perigo estrangeiro na figura dos imigrantes, Jean-Marie Le Pen regressa à cena política francesa como candidato da Extrema-Direita nacional, fenómeno que conhece novo crescimento no espaço europeu. Eurodeputado sem qualquer fé na Europa comunitária, nacionalista irredutível, Le Pen advoga a revogação dos tratados que cimentam a União Europeia, cujo projecto de prosperidade entende ter redundado num fracasso.



Jornal de Notícias |Como justifica a progressão da Extrema-Direita na Europa (como na Bélgica, Áustria, Eslováquia e também na França)?



Jean-Marie Le Pen |Esse fenómeno - geral na Europa - está ligado à consciência de certo número de perigos que não cessou de aumentar desde há alguns anos. Em primeiro lugar, a torrente de imigração do Terceiro Mundo, consequência da multiplicação da população mundial, pois havia 1,5 milhões de pessoas no início do século XX e agora há sete mil milhões, em progressão; as condições de empobrecimento vão-se agravar e a tentação de ir para países que são oásis provisórios, de prosperidade ou sobrevivência, é muito grande. Mas não há só esse perigo; há muitos outros, como a insegurança, o desemprego, a sobrepopulação das cidades e das periferias, etc. Agora este fenómeno é ressentido pelos países que recebem o primeiro choque da imigração, como a França, a Itália, a Inglaterra, a Espanha....



Qual é a sua previsão para tal situação, a médio e longo prazos?

Antes de mais, não faço julgamentos morais sobre o fenómeno, mas sempre afirmei que não deveríamos "compactuar" nunca com os políticos da Esquerda e da Direita, que são os responsáveis por esta imigração, o que é verdade para a Bélgica e para a Holanda, por exemplo. Porque este fenómeno cria uma série de fricções, pressões, distorções e confrontos que se vão agravar com a chegada continua de pessoas suplementares. Ora, a longo prazo, as populações exógenas acabam por submergir as populações nativas e, por consequência, impor-lhes a maneira de ser, de ver, os seus costumes e regras. A isso chama-se a perda da independência. Ora advogo o direito e o dever de cada comunidade de se defender. Defender a sua liberdade, independência, território, o seu património. Sou um porta-voz dessa revelação.



É por isso que defende "uma 'imigração zero', no que respeita a imigração que vem do exterior da Europa e mesmo da Europa"?

Sim, porque cada povo, cada indivíduo, tem o direito a uma nação, uma pátria, que para mim é o melhor quadro para o desenvolvimento e a defesa dos seus direitos e interesses. A 'imigração zero' pode sofrer excepções, mas resta o princípio. Mas hoje em dia, é a abertura - e não das fronteiras porque não as há -, a liberdade geral de circulação que, evidentemente, é um elemento de desequilíbrio profundo no Mundo. Sabe quantos imigrantes equatorianos há em Espanha? 500 mil. Você é portuguesa e tem a mesma nacionalidade que um brasileiro, por exemplo. Se amanhã ocorrer uma epidemia, vêm bruscamente 30 milhões ou 40 milhões de brasileiros há procura de refúgio em Portugal. Se ficarem em Portugal, vocês serão submersos; mas, se não ficarem em Portugal, em virtude da lei europeia, vêm para França! O que disseram Zapatero (chefe do Governo espanhol) e Berlusconi (ex-primeiro-ministro italiano)? Regularizaram 1,5 milhões de clandestinos em 2005, porque eles não ficam lá, vêm para França. Ora, Zapatero que guarde os clandestinos em Espanha.



Como os que chegam a Portugal e partem para os restantes países europeus quando não conseguem sobreviver no pais...

Exactamente. Mas a Inglaterra não pode receber mais imigrantes e vai fechar as fronteiras. A França também não pode mas eles continuam a chegar a Espanha, a Portugal... será necessário alojá-los, alimentá-los. Será dramático. E, com a política social igualitária, em nossa casa vão ganhar, sem trabalhar, cem vezes mais do que ganham nos países de origem! Acreditam que aqui é o paraíso. Chegam os primeiros, instalam-se. É como a "Jangada da Medusa"(referência ao quadro de Géricault).



Nesse contexto, como é que avalia a iniciativa do "Espaço Schengen?

Sou, em absoluto, pela revogação do Tratado de Schengen e de Amesterdão, para que sejamos responsáveis pelo nosso próprio destino e que tenhamos os nossos meios políticos. O que não é o caso, hoje.



Qual a sua posição sobre a União Europeia?

Sou eurodeputado há 22 anos. E também eurocéptico. Penso que a nação tem o quadro necessário ao equilíbrio do Mundo, à segurança, liberdade dos povos, defesa da sua cultura e língua e, por consequência, esta mistura de países que não falam dos mesmos problemas não pode ser funcional. Por exemplo, Sarkozy (ministro do Interior francês) quer que sejam 27 países europeus (a partir de 31 de Dezembro) a ocupar-se dos problemas da imigração. Mas não há tais problemas na Polónia, na Eslováquia, nem nos países escandinavos. Qual será a capacidade de decisão desses países sobre uma questão que não os afecta? Os problemas são diferentes em todos os países, e cabe a cada um decidir se abre a sua porta. Isto é um profundo erro. Alguém disse "Vamos fazer a Europa porque teremos prosperidade como jamais conhecemos". Ao fim de 30 anos, a 'Eurolândia' é o único sítio do Mundo onde não há crescimento. O que nos foi prometido em troca da soberania e do direito de dispormos de nos próprios foi o 'pó de perlimpimpim'.



Líder da Frente Nacional, partido ultranacionalista francês, Le Pen é conhecido por defender políticas radicais, entre elas a readopção da pena de morte, maior restrição de imigrantes em França de países fora da Europa e independência da França da União Europeia. Foi candidato à Presidência da França em 2002, em que foi à segunda volta, mas foi derrotado nas urnas por Jacques Chirac.

Sónia Gomes da Silva

Retirado deo Jornal de Notícias, 21 de Outubro de 2006.

4 Comments:

At 5:23 da tarde, Blogger Mário Casa Nova Martins said...

"ultranacionalista"
"conhecido por defender políticas radicais"
etc..

Muito Bem!
D. Sónia decorou bem a cartilha...

 
At 8:50 da tarde, Blogger Paulo said...

Ah! Claro que V.Exª descende directamente da 1ª família que povou a península. Enfim, o suprasumo da aristocracia!!!

 
At 6:27 da tarde, Blogger Bernardo Kolbl said...

Talvez por isso esse burguês elogia o Sarko, judeu húngaro...eheheheh.

 
At 1:04 da tarde, Blogger  said...

kkk soninha...filha...no Brasil temos um ditado: " Quem vai pra portugal perde o lugar"! Patético, não? Como tudo de portugal. Mesmo assim agradecemos pelos calças arriadas aí da europa e...da áfrica do norte (?)por receberem a escumalha de fracos que botamos pra fora: viados, putas e vagabundos.Mas, não se preocupa, o que portugal tinha de bom emigrou para o Brasil e aí só restou a MOURARIA...esquece os 40 milhões, somos CRISTÃOS, não queremos rezar para ALLAH.

 

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