Há esquerda?
O número 108 do boletim International Socialism, editado por Chris Harman (www.isj.org.uk), subordina-se imodestamente ao tema Europa: O Nascimento de Uma Nova Esquerda. Assunto sobremaneira interessante, porque denota um par de coisas, depois de compilar as conclusões dos curtos ensaios: o continente político em causa está em profunda crise estratégica, como medida de emergência, bóias tácticas que a façam sobreviver ao desconhecido.
Serve, para já, a oposição à guerra no Iraque, à Constituição Europeia, ao “imperialismo”, ao “capitalismo global”. Do marxismo e do trotsquismo, passou-se ao neofeminismo, ao ambientalismo e à defesa das “minorias morais”. Os inimigos principais encontram-se tanto na “direita”, como na “esquerda clássica”. A “terceira via” de Blair concita especial desânimo, fúria, planos de batalha. O “falso Trabalhismo” inglês é tido como um perigosíssimo rival: prega um evangelho semelhante, mas leva as almas ao inferno, se nos for permitida a imagem sacra. Quanto a Lula, a distância é prudente, não vá o diabo tecê-las (ainda).
O que custa, no meio de tudo, é que parece faltar um conjunto de ideias para depois de amanhã. E o depois de amanhã virá, camaradas.
Retirado da Sábado, 29 de Dezembro de 2005
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