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domingo, julho 16, 2006

Mors tua vita mea


É o lema que se pode aplicar a certas deliberações da Lei sobre Procriação Medicamente Assistida (PMA), Decreto nº 64/X, ora promulgado pelo Presidente da República, apesar da sua preocupação com a dignidade dos embriões.

Deliberações essas que permitem a investigação em embriões excedentários e sem “projecto parental”, sempre, evidentemente, com “benefício para a Humanidade” (artº 9º). Ora, mas como a lei também prevê bancos de esperma e ovócitos, e fecundações heterólogas, o que podemos esperar é algo que vai muito para além daquilo para o qual, aparentemente, a lei foi criada: tratar casais impossibilitados de ter filhos de forma exclusivamente natural. A não ser que existam outras motivações desconhecidas…
Se o propósito é auxiliar esses casais, então para quê abrir a porta à criação de embriões excedentários, e usá-los como cobaias na investigação (estas, pelo menos ficam ao abrigo dos direitos dos animais, agora os embriões...)? Para quê usar células estaminais embrionárias em vez de células estaminais adultas na investigação “para o bem da Humanidade”? Sucede que o “bem da Humanidade” serve para justificar tudo o que se quiser.
A problemática deste assunto deve ser entendida e perspectivada na mesma linha do aborto, da pretensão dos casamentos e adopção por homossexuais, ou da eutanásia, que não deve tardar muito. Separar umas pretensões das outras, como se não existisse relação nenhuma entre elas, é perder a visão de conjunto.
Os conservadores europeus ainda não se muniram da argumentação, da razão e da combatividade necessárias para fugir do caminho para onde têm sido arrastados pelos bem pensantes “progressistas”, paralisados que ficam quando, hipocritamente, são acusados de tentar impedir os chamados “avanços” e a “evolução” da sociedade e da ciência.
Ora, sucede que nunca tiveram, talvez, a coragem de questionar onde levam esses avanços, isto é, a que lugar se chega. Porque se se avança, deve ser para algum lado. O certo é que nunca ninguém conseguiu explicar que lugar é esse e os conservadores nunca o esquadrinharam, aceitando que são os “progressistas” a ditar a sua noção de progresso cego e utópico.
Chegou a hora dos conservadores europeus trilharem o seu próprio caminho, de acordo com as suas referências ideológicas e antropológicas, sem medo ao confronto.
Não existe uma única noção de progresso. Haverá tantas, quantas as mundividências e as referências antropológicas.
Que os conservadores não tenham medo de marcar a diferença.
Haja coragem, que as oportunidades não faltarão.

Manuel Brás

Retirado do Democracia Liberal.

1 Comments:

At 5:42 da tarde, Blogger Eduardo Levy said...

Caro Jorge,
A respeito da sua pergunta sobre o Mídia Sem Máscara: aqui está normal, não sei o que acontece. Se continuar sem conseguir, diga-me que mando um e-mail para eles. Abraço

 

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