Solução final
Dois jogadores de ténis (Israel e Palestina) lançam bombas um contra o outro, observados por um árbitro sinistro, a morte. A mensagem é a de que não se ganha neste desporto. Mesmo quem triunfar pelas armas, nos próximos seis meses, pode perder no próximo século, no tabuleiro político-ideológico.
Mas é mais fácil dizer que não há “solução militar” no conflito, do que convencer os actores.
À provocação do ‘Partido de Deus’ libanês, sucede uma desproporcionada reacção israelita (porque alveja a infra-estrutura civil), a que se segue uma ainda mais desproporcionada resposta do Hezbollah (alvejando toda a população da Galileia Ocidental), e aí por diante.
Com uma corveta Saar 5, da classe Eilat (supostamente ‘invisível’), a cinco milhas da costa, atingida por um foguetão terra-mar, com o Líbano cercado e destruído, com a ameaça de invocação do tratado de defesa com o Irão (o senhor Larijani chegou a Damasco), se o território sírio for atacado (o Hezbollah tem uma grande base em Baalbek), a tal “solução militar” está em marcha.
Por isso a diplomacia (incluindo a razoabilidade do Egipto e da Jordânia) é cada vez mais necessária. Mas não fará milagres, mesmo na terra deles.
Nuno Rogeiro
Retirado do Correio da Manhã, 16 de Julho de 2006
Mas é mais fácil dizer que não há “solução militar” no conflito, do que convencer os actores.
À provocação do ‘Partido de Deus’ libanês, sucede uma desproporcionada reacção israelita (porque alveja a infra-estrutura civil), a que se segue uma ainda mais desproporcionada resposta do Hezbollah (alvejando toda a população da Galileia Ocidental), e aí por diante.
Com uma corveta Saar 5, da classe Eilat (supostamente ‘invisível’), a cinco milhas da costa, atingida por um foguetão terra-mar, com o Líbano cercado e destruído, com a ameaça de invocação do tratado de defesa com o Irão (o senhor Larijani chegou a Damasco), se o território sírio for atacado (o Hezbollah tem uma grande base em Baalbek), a tal “solução militar” está em marcha.
Por isso a diplomacia (incluindo a razoabilidade do Egipto e da Jordânia) é cada vez mais necessária. Mas não fará milagres, mesmo na terra deles.
Nuno Rogeiro
Retirado do Correio da Manhã, 16 de Julho de 2006
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