O Que Somos e o Que Queremos
LUsitânia Expresso é uma publicação de doutrina e crítica de ideias e factos dedicada aos principais problemas que confrontam hoje a Civilização ocidental, nomeadamente a cultura, a filosofia e a praxis. Pautará a sua orientação pelos princípios que se seguem.
1 — A crise de valores a todos os níveis e a ausência de critérios de excelência na sociedade contemporânea têm origem num bloco hegemónico de correntes ideológicas, umas vezes contraditórias na forma de pensamento e na disputa do território, outras vezes entrecruzando-se, mas totalmente convergentes na destruição da Civilização ocidental. Este bloco engloba o nihilismo, o marxismo e o submarxismo, o progressismo, o liberalismo, o vanguardismo, o pós-modernismo, a neofilia, o pragmatismo, o tecnocratismo, o relativismo e outras correntes, umas mais e outras menos influentes. Este bloco é a expressão da entente tácita entre a esquerda e a direita decadente e, por ser dominante, é o modelo acabado do politicamente correcto. Na realidade, comporta-se perante a Civilização e a natureza humana como uma força agressora e destrutiva. A decadência do pensamento, das artes e das letras produzida por essa entente induz insidiosamente à decadência das consciências e da vida.
Lusitânia Expresso pretende juntar-se aos homens de Estado, activistas e intelectuais lúcidos e empenhados na defesa da nossa Civilização para fazer frente à hegemonia dessa entente. Pretende contribuir para ganhar a guerra das ideias, tornando a vida social em geral, as artes e as letras veículos de educação.
2 — O principal aspecto da crise da Civilização é a desagregação da família, evidenciada pelo declínio da natalidade, pelo crescente número de divórcios, mães solteiras, crianças e velhos abandonados e, mais subtilmente, pela destruição da ordem e dos laços afectivos mesmo nas famílias que não atingem aquelas evidências. Estes fenómenos constituem ameaças à esperança da felicidade individual mas são igualmente alimentos da indústria do «social» e da burocracia estatal, tendo como consequência o empolamento do orçamento dos estados, com o corolário do agravamento dos impostos.
Lusitânia Expresso analisará as forças e os elementos ideológicos que concorrem para a desagregação da família, nomeadamente o feminismo, a destruição da autoridade e a contestação da identidade sexual por minorias activas nos media e nas instituições. Defenderá os valores da família consagrados pela nossa Civilização, que definem o único «tipo» de família propriamente dita, e rejeita toda e qualquer construção ideológica contra natura sobre a matéria.
3 — Outro factor que ameaça a Civilização é o processo degenerativo em que se encontra a educação. Esta é outra causa directa do alastramento dos grandes flagelos que hoje atingem a juventude: fracasso escolar, cripto-analfabetismo, impreparação profissional, ausência de horizontes morais e culturais; banalização do hedonismo e do paganismo, desregramento e promiscuidade sexuais, toxicodependência, doenças graves, delinquência e crime.
Lusitânia Expresso analisa os veículos da desqualificação moral e profissional da juventude, nomeadamente as ideologias da entente, a destruição da família e as cíclicas pseudo-reformas do ensino, e rejeita a ditadura de minorias dissolutas que nos media pretendem impor a «normalização» do anormal e a marginalização da normalidade.
4 — A invasão dos media e das artes pela pornografia, a crescente impudicícia na praça pública, a corrupção na política, no desporto e noutras actividades públicas e o aumento da criminalidade vão de mãos dadas. Estas manifestações inscrevem-se num processo de aniquilamento da ética em todos os campos e de erosão do tecido social, ao mesmo tempo que, pelo mau exemplo, desenvolvem um efeito multiplicador.
Lusitânia Expresso pugnará pela ética na vida pública, nomeadamente nos media, na política, nas artes e no desporto, o que irá influenciar positivamente a vida moral privada e colectiva.
5 — Foi criada pela esquerda uma opinião igualitária anti-elites. Por outro lado, a vida pública das nações, nomeadamente a vida política, é dominada por acontecimentos e processos que a desilustram. Por estas razões, os elementos mais válidos das nações reservam-se de assumir funções públicas. Em consequência do vazio assim criado, a vida pública torna-se presa fácil para pessoas de valor moral e técnico inferior, mas, em compensação, bastante capazes na manipulação da massa através da demagogia e do populismo.
Lusitânia Expresso defenderá a excelência moral e técnica dos quadros públicos bem como as medidas que concorram para a assunção tranquila de funções públicas por parte das pessoas mais válidas das nações. Defenderá ainda as medidas culturais, educativas, técnicas, económicas e políticas que conduzam ao desenvolvimento de vastas e multifacetadas elites nacionais.
6 — O Estado moderno, olhando longe a partir do passado e do presente e sem contrariar a liberdade de acção individual nem assumir o gigantismo socialista, deve simultaneamente ser o garante dos valores da Civilização e o instrumento de preparação do futuro. Deve ser o agente das grandes políticas a longo termo em previsão de situações que possam ocorrer em todas as áreas da actividade humana, nomeadamente a moral, a cultura, a ciência, a ecologia, a exploração dos recursos naturais ou a economia. Existe, no entanto, uma profunda crise da prospectiva dos estados. São disso reveladores os actos imediatistas ou irreflectidos, de consequências previsivelmente graves, cometidos por alguns dos seus agentes, internamente e em organismos internacionais. Por outro lado, outros demonstram uma grande tolerância — e até aplauso — em relação a actos claramente anticivilizacionais. Ao longo do tempo, tais actos, irreflectidos ou intencionais, fazem perigar a nossa Civilização.
Lusitânia Expresso propõe-se reflectir sobre a previsão a longo termo de tais situações, procurando assim contribuir para a definição de uma prospectiva de Estado que assegure a continuidade da nossa Civilização.
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