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sábado, julho 08, 2006

Love letter to Portugal

Se Portugal tivesse um género, seria certamente masculino.

Eu não saberia exactamente a razão, mas acho que resulta da mistura de força e fraqueza, agressividade e humildade.

Embora se saiba que por trás de cada grande homem existe uma grande... bem, nós as mulheres sabemos, não é?

Só sei dizer que o meu amor por Portugal é tudo, menos platónico... há paixão e emoção suficientes para o confirmar: o café é forte, enquanto o vinho entorpece e o queijo no ponto, desperta os sentidos!

Todos os sabores e sentimentos são intensos, exactamente como deveriam ser todas as histórias de amor.

Diz-se que o amor verdadeiro nunca é pacífico, mas o meu amor por Portugal aguentou, estoicamente, 25 anos sem um minuto de arrependimento ou hesitação.

Claro que houve algumas “facadinhas pontuais”, partes de Capetown na África do Sul fizeram vacilar o meu coração, e as belas paisagens da Toscânia também me perturbaram durante alguns instantes.

No entanto resisti e continuei fiel.

Parte deste amor explica-se pelos mistérios de Portugal pois, tal como no famoso bestseller Código Da Vinci, os segredos encontram-se escondidos nas ruas estreitas e sinuosas de Lisboa.

Esta busca raramente nos dá respostas, mas a mim basta-me o prazer da busca.

Afinal de contas o mistério é um ingrediente intrínseco a todo caso de amor que se preze.

Cenários mil vezes vistos parecem reinventar-se todos os dias, como se mudassem de roupa todos os dias, e diversas vezes por dia, apenas para os meus olhos, embelezando-se apenas para mim.

Que mulher não se sentiria mimada e honrada com tal galanteio?

Nenhum homem é perfeito e Portugal também não o é, mas isso fica para mais tarde.

A roupa suja lava-se em casa, e em Portugal apenas se pendura a roupa limpa.

Só sei dizer que decidi amar e viver muito próximo do lugar “onde a terra termina e o mar começa” e espero que o meu amor perdure até o fim da minha vida.

Karen Ritter

Retirado da Magazine Grande Informação, Julho de 2006