Love letter to Portugal
Se Portugal tivesse um género, seria certamente masculino.
Eu não saberia exactamente a razão, mas acho que resulta da mistura de força e fraqueza, agressividade e humildade.
Embora se saiba que por trás de cada grande homem existe uma grande... bem, nós as mulheres sabemos, não é?
Só sei dizer que o meu amor por Portugal é tudo, menos platónico... há paixão e emoção suficientes para o confirmar: o café é forte, enquanto o vinho entorpece e o queijo no ponto, desperta os sentidos!
Todos os sabores e sentimentos são intensos, exactamente como deveriam ser todas as histórias de amor.
Diz-se que o amor verdadeiro nunca é pacífico, mas o meu amor por Portugal aguentou, estoicamente, 25 anos sem um minuto de arrependimento ou hesitação.
Claro que houve algumas “facadinhas pontuais”, partes de Capetown na África do Sul fizeram vacilar o meu coração, e as belas paisagens da Toscânia também me perturbaram durante alguns instantes.
No entanto resisti e continuei fiel.
Parte deste amor explica-se pelos mistérios de Portugal pois, tal como no famoso bestseller Código Da Vinci, os segredos encontram-se escondidos nas ruas estreitas e sinuosas de Lisboa.
Esta busca raramente nos dá respostas, mas a mim basta-me o prazer da busca.
Afinal de contas o mistério é um ingrediente intrínseco a todo caso de amor que se preze.
Cenários mil vezes vistos parecem reinventar-se todos os dias, como se mudassem de roupa todos os dias, e diversas vezes por dia, apenas para os meus olhos, embelezando-se apenas para mim.
Que mulher não se sentiria mimada e honrada com tal galanteio?
Nenhum homem é perfeito e Portugal também não o é, mas isso fica para mais tarde.
A roupa suja lava-se em casa, e em Portugal apenas se pendura a roupa limpa.
Só sei dizer que decidi amar e viver muito próximo do lugar “onde a terra termina e o mar começa” e espero que o meu amor perdure até o fim da minha vida.
Karen Ritter
Retirado da Magazine Grande Informação, Julho de 2006
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