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sábado, julho 22, 2006

Não, esta não é a “nossa guerra”


O meu país foi “reduzido a escombros”, afirmou Fouad Siniora, o primeiro ministro do Líbano, enquanto o número de baixas entre o seu povo ultrapassa os 300 civis mortos, 1.000 feridos e meio milhão de desalojados.

Israel deve pagar por esta “bárbara destruição”, afirmou Siniora.

Pelo contrário, afirma o colunista Lawrence Kudlow, “Israel está a cumprir o desígnio de Deus.”

Na televisão americana o anterior primeiro ministro israelita, Binyamin Netanyahu, afirmou que a ruína do Líbano é da responsabilidade do Hezbollah. Mas é o Hezbollah que está a utilizar F-16 construídos pelos E.U.A. com bombas de precisão teleguiadas e peças de artilharia de 155mm para espalhar a devastação e a morte no Líbano?

Não, quem o está a fazer é Israel, com a benção e sem o mínimo protesto do presidente Bush. E depois questionamos porque nos odeiam.

“Hoje, somos todos israelitas!” vociferou Ken Mehlman da Comissão Republicana Nacional num encontro de Cristãos Unidos por Israel.

Uma pessoa questiona-se se estes cristãos se importam com o que está a acontecer aos nossos confrades cristãos no Líbano e em Gaza, que ficaram sem energia devido aos bombardeamentos aéreos israelitas, uma forma ilegal de punição colectiva, que os deixou sem instalações sanitárias, com comida apodrecida, água impura e dias sem luz ou electricidade à mercê do horrível calor de Julho.

Quando ocorrem falhas de energia durante o Verão na América isto reflecte-se num aumento da taxa de mortalidade entre os nossos doentes, cidadãos de terceira idade, mulheres e crianças. Só conseguimos imaginar que inferno serão actualmente as cidades de Gaza e Beirute.

Mas toda esta carnificina e destruição limitaram-se a aumentar a sede de sangue dos guerreiros de peito peludo do The Weekly Standard. Num editorial assinado, “É a Nossa Guerra”, William Kristol apela à América para que esta ocupe o seu legítimo papel nesta guerra ao “reagir a este acto de agressão por parte do Irão com um ataque militar às instalações nucleares iranianas. Porquê esperar?”

“Porquê esperar?” Bem, uma das razões será porque os Estados Unidos não foram atacados. Outra razão será uma pequena coisa que dá pelo nome de Constituição. De onde reterirá George W. Bush a autoridade para desencadear uma guerra contra o Irão? Quando foi que o Congresso declarou guerra ou autorizou uma guerra contra o Irão?

A resposta: nunca o fez. Mas estes neo-conservadores importam-se tanto com a Constituição agora como se importaram com a verdade quando mentiram para começar a guerra no Iraque.

“Porquê esperar?” Que tal pensar no destino daqueles 25.000 americanos que se encontram no Líbano se lançarmos uma guerra sem provocação contra o Irão. Quantos acabariam mortos ou como reféns do Hezbollah, se o Irão desse ordem de retaliação pela chacina dos seus cidadãos por bombas dos E.U.A.? O que aconteceria às 130.000 tropas no Iraque se os xiitas e os “voluntários” iranianos unissem forças para exercer a sua vingança sobre os nossos soldados?

E a América? Richard Armitage, que serviu quatro comissões no Vietname e sabe um pouco sobre guerra, afirma que, na sua habilidade de atacar alvos ocidentais, a Al Qaeda é da segunda divisão e o Hezbollah é da primeira divisão. Se Bush bombardear o Irão, o que evita o Hezbollah de lançar ataques de retaliação no interior dos Estados Unidos?

Não escrevo nada disto em defesa do Hamas, do Hezbollah ou do Irão.

Mas nenhum deles atacou o nosso país, nem a Síria o fez, a qual Bush I transformou num aliado durante a Guerra do Golfo, e à qual o soldado mais condecorado da História de Israel, Ehud Barak, ofereceu 99 porcento das montanhas Golan. Se Nixon, Bush I e Clinton conseguiram lidar com Hafez al-Assad, um cliente mais duro que o seu filho Bashar, qual é o problema de George W. Bush?

A última superpotência é impotente nesta guerra porque permitimos que Israel ditasse a quem podemos ou não falar. Portanto, Bush acaba a desabafar em São Petersburgo que alguém devia dizer aos sírios para pararem isto. Porque não pegar no telefone, Sr. Presidente?

Quais são as bases moral e legal de Kristol para uma guerra contra o Irão? Será o “acto de agressão iraniano” contra Israel, e porque o Irão se encontra na via do armamento nuclear, e não podemos tolerar isso.

Mas não existem quaisquer provas de que o Irão tenha um controlo forte sobre o Hezbollah tal como não o temos sobre Israel, cuja resposta à captura de dois soldados teve toda a espontaneidade do Plano Schlieffen. E, novamente, o Hezbollah não nos atacou, atacou Israel. E não existem quaisquer provas sólidas de que o Irão se encontre em violação do tratado de não proliferação nuclear, o qual assinou, e o qual Israel recusa assinar.

Se o programa nuclear do Irão justifica uma guerra, porque é que os neo-conservadores não orientam essa questão pelo modo constitucional, em vez de incitarem Bush a lançar um ataque à Pearl Harbor? Terão receio de não lhes sobrar qualquer credibilidade depois de empurrarem Bush para a sangrenta confusão do Iraque que já custou cerca de 2.600 mortos e 18.000 feridos americanos?

Não, caro Kenny, nós não somos “todos israelitas”. Alguns de nós ainda pensam em si como americanos em primeiro e em último lugar e sempre. E, não, Sr. Kristol, esta não é a “nossa guerra”. É a sua guerra.

Patrick Buchanan

21 de Julho de 2006, retirado do The American Cause.

6 Comments:

At 2:43 da tarde, Blogger vs said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

 
At 2:43 da tarde, Blogger vs said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

 
At 3:46 da tarde, Blogger Eurico de Barros said...

Está tudo dito. Não é a guerra dos EUA, tal como o Iraque não é a guerra dos mesmo EUA e da Europa. Israel quer travar todas as sias guerras por interpostos EUA e Europa, mas já chega de sangue americano e europeu derramado pelos interesses expansionistas judeus.

 
At 5:53 da tarde, Blogger Rodrigo N.P. said...

Parabéns pela tradução, sei bem o trabalho que estas coisas dão. Esta disponibilização on-line e na nossa língua do que se vai publicando na área da direita patriótica é um trabalho de grande valor.

 
At 3:07 da manhã, Blogger Nacionalista said...

Artigo muito oportuno.

 
At 1:49 da manhã, Blogger David Martins said...

Ok.. é tudo muito fácil!!

Bush é um tirano e Israel é a nação agressora!

Não sei porquê mas cheira-me que o Francisco Louça era capaz de ler isto e concordar!

Bush é pressionado todos dias pelo mundo para intervir na faixa de gaza, todos vêm o presidente de todos os americanos como muito mais que isso, um líder mundial...

Os presidentes dos E.U.A. têm hoje um desafio muito maior que guiar uma nação, devido ao poder militar e económico da nação. O mundo é de tal forma globalizado que a problemática da defesa deve ser transversal a todos os estados ocidentais...

E Israel está apenas, com toda a legitimidade, a proteger os seus cidadãos...

Antes de se apontar o dedo a Israel lembrem-se que eles lidam á muito mais tempo que nós com o pior inimigo de todos: o terrorismo.

 

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