As minhas memórias de Marcello Caetano
No fim da década de 50 do século passado, fiquei ligado à vida de Marcello Caetano, de forma involuntária. O meu pai, que fora seu aluno de Direito, que se tronou amigo, e que, como outros jovens do seu tempo, acreditava no Marcellismo, convidou-o para ser meu padrinho de baptismo.
A madrinha não era a sua mulher, mas a lindíssima, carismática e inteligente Ana Maria, a filha mais nova. Na verdade, já se sabia, na altura, do estado de saúde grave de Teresa de Barros Caetano, irmã do professor Henrique de Barros, opositor ao Estado Novo e, depois de 1974, uma figura importante no PS.
O casal Caetano esteve na cerimónia, na velha igreja paroquial de Algés (na altura vivíamos num modesto apartamento da então vila), mas Marcello, que levava a sério a tarefa dos padrinhos (como verdadeiros substitutos dos pais, no caso de morte destes), preferiu que Ana Maria, jovem e vibrante, assumisse, com ele, esse ónus.
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