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sexta-feira, junho 30, 2006

Burke e o pensamento político


Famoso político inglês do século XVIII, Burke já era bem conhecido quando escreveu as suas Reflexões sobre a Revolução em França, publicadas em Novembro de 1790.

Escolhido em 1765 para secretário privado de um dos dirigentes do partido Whig no Parlamento britânico, escreveu em 1770 um panfleto - Pensamentos sobre a Causa do Actual Descontentamento (Thoughts on the Cause of the Present Discontents) - em que defendia que a intervenção cada vez mais activa do rei Jorge III nos assuntos governativos, sendo legal ia contra o espírito da constituição britânica. Mais tarde, em 1774 e em 1775, discursou no Parlamento sobre a Guerra de Independência da América britânica, em que defendia que, se as decisões do Parlamento de Londres eram de facto pautadas pela legalidade, não podiam deixar de ter em conta que as «circunstâncias, a utilidade e os princípios morais, deviam ser considerados, assim como os precedentes», na sua relação com as colónias. Isto é, o legalismo estrito do Parlamento devia ter mais respeito e preocupação pela opinião dos colonos, apelando por isso à «moderação legislativa».

Burke nunca sistematizou o seu pensamento político, que só pode ser conhecido pela leitura dos seus textos e discursos. Opondo-se desde cedo à doutrina dos direitos naturais, aceitava contudo o conceito de contrato social a que lhe juntava a ideia da sanção divina.

A sua principal obra, as Reflexões sobre a Revolução em França foram lidas por toda a Europa, incentivando os seus dirigentes a resistir à Revolução Francesa. Mas a sua posição custou-lhe o apoio dos seus amigos Whigs, sobretudo o de Charles James Fox. É que, para Burke, a Revolução em França era um fenómeno de um tipo completamente novo, e por isso não podia ser associado à Revolução Inglesa de 1688 - que tinha provocado uma mudança dinástica e constitucional ponderada e limitada - como alguns pensadores ingleses, sobretudo Whigs, vinham defendendo. Para Burke, a Revolução francesa baseava-se numa teoria, a teoria dos Direitos Humanos, com preposições simples, universais e dogmáticas, que fazia apelo às leis da razão, claras e indiscutíveis, que se justificavam a si próprias, e que levavam a pôr de parte tradições e costumes sociais de séculos, para remodelar a sociedade de acordo com um plano inteligível e racionalmente justificado. Ora, para Burke, este racionalismo militante estava totalmente fora de lugar na actividade política; a sociedade humana era demasiadamente complexa para ser susceptível de uma compreensão racional simplista, e muito menos de uma alteração completa, ou mesmo de uma interferência contínua.

Para Burke, a sociedade humana desenvolve-se não tanto por intermédio da actividade racional do homem, mas sobretudo por meio de sentimentos, hábitos, emoções, convenções e tradições, sem as quais ela desaparece, coisas que o olhar racional é incapaz de vislumbrar. Um racionalismo impaciente e agressivo, virando-se para a ordem social só pode ser subversivo, atacando tanto as más como as boas instituições. Burke defende assim a ideia da limitação da Razão em face da complexidade das coisas, propondo que, perante a fragilidade da razão humana, a humanidade deve proceder com respeito para com a obra dos seus antecessores, só assim conseguindo trabalhar em conjunto em prol do desenvolvimento social. Mas a ideia de que a «Luz» apareceu de repente, após séculos de «Escuridão», é para Burke de um egoísmo suicida. Mas o mais importante, é que de facto é um tipo de racionalismo incompleto, já que a vida desorganizada da sociedade, com o seu padrão de comportamento incompreensível, não só deve ser considerado como a parte mais importante da existência de uma sociedade, como também é, à sua maneira, racional. Assim, para Burke, numa posição que está hoje muito na ordem do dia, com os estudos de António Damásio, os instintos e sentimentos humanos podem levar o homem a actuar correctamente, quando a razão o engana ou abandona. Do ponto de vista da sociedade, as tradições, tendo-se desenvolvido paulatinamente, sendo permanentemente testadas e amplamente divulgadas, são um tipo de bom senso que está acessível a toda a gente, e que pode servir a sociedade melhor do que uma elaborada intelectualização, sendo que os sentimentos são o acompanhamento emocional necessário a uma opinião sólida e amadurecida. Burke chama-lhes, provocatoriamente, preconceitos.

Não quer dizer isto que a continuidade histórica de uma determinada comunidade não imponha mudanças, mas estas mudanças, necessárias, não devem ser resolvidas com base em experiências e invenções, mas sim de acordo com princípios inerentes à própria sociedade. Ora, o que é impossível é regenerar por imposição de uma doutrina utópica, que se torna fanática na aplicação da sua teoria, não olhando a meios para conseguir os seus objectivos. É que uma teoria assim aplicada, cria um imenso fosso entre um que «é» de facto e o que «devia» ser. Não contente com o progresso empírico, acaba por exigir uma felicidade totalmente nova.

Para Burke a Liberdade, o grande ideal revolucionário, é um bem. Mas a justiça, a ordem e a paz, também o são, e são indispensáveis à existência prática da liberdade. Assim, o objectivo não deve ser um fim perfeito e final de uma sociedade, mas o que for mais praticável.

Burke deu origem ao Conservadorismo moderno, que não é um conservadorismo do medo, do pessimismo, do pecado original, mas uma filosofia política que tem uma visão positiva da função do estado e dos objectivos últimos da sociedade humana; afirmando que se baseava, de uma maneira que fará escola nos constitucionalistas românticos, e de acordo com o Espírito das Leis de Montesquieu, na descrição fiel dos princípios tradicionais da vida política britânica.

Retirado d'O Portal da História.

Parabéns


Pois, como eu dizia aqui ao lado, o Bruno Oliveira Santos está de parabéns. Ele e a editora Antília que vai lançar dentro de poucos dias um livro com textos da "Nova Frente".
Eu não estou no segredo dos deuses mas quer-me parecer tratar-se de uma recolha ponderada do muito que o Bruno publica no seu blogue - a totalidade da sua produção seria trabalho ciclópico e obrigaria a Antília a editar vários calhamaços.
Seja como for, quem anda nestas ondas bloguísticas e costuma aportar ao "Nova Frente" sabe tratar-se de um blogue excelente; e não só por ser nacionalista.
Estão, pois, ambos de parabéns... e nós com eles.

Walter Ventura

Retirado do O Diabo, 27 de Junho de 2006

Morre uma revista conservadora

Deixo-vos aqui o link ao arquivo da Primeira Leitura (dossier Guerra do Iraque) e o arquivo principal. É aproveitar enquanto a página não é apagada.

A verdadeira solidariedade a Cuba


Este mês, em Recife, iniciou-se no dia 12 a XIV Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba, evento com uma série de palestras e painéis de nomes, no mínimo, curiosos: "Integração Latino-americana: A Construção da Alternativa Bolivariana das Américas"; "O Combate ao Terrorismo e ao Bloqueio Econômico do Governo Norte-Americano"; "As conquistas sociais do povo cubano e sua contribuição para outros países". Concomitantemente, no Rio de Janeiro, dia 16, marcharam no centro da cidade cerca de cem pessoas com cartazes e palavras-de-ordem: " Tirem as mãos de Venezuela e Cuba", "Bases estadunidenses fora da América Latina" e "Brasil-Cuba-Venezuela construindo a pátria grande". Brasil, Cuba e Venezuela? Isso significa Lula, Fidel e Chávez. Como já sabemos, boa coisa não é...

Um dos sites que divulgaram a manifestação exibiu um indignado parágrafo que culpa os EUA pela pobreza em Cuba, declarando que seu prejuízo devido ao bloqueio americano ultrapassa US$ 82 bilhões. À parte as indagações sobre a inusitada precisão do cálculo, gostaria de saber como o site justificaria a exuberante riqueza da parte turística da ilha, que atrai dois milhões de visitantes todo ano, ou a colocação de Fidel Castro entre os mais ricos do mundo pela revista Forbes. A explicação mais óbvia é que há 115 países em todo o mundo com quem Cuba tem felizes transações comerciais. E a pergunta da editoria do MSM, que faço minha, é: Por que o regime comunista de Cuba não pára de financiar o narcotráfico e fomentar partidos marxistas na América Latina e começa a usar os rendimentos do turismo para melhorar as condições de seu povo? Não seria de fazer Fidel engasgar?

O fato é que apenas uma mente imatura poderia acolher a alegação de que Cuba está pobre por causa da ausência de comércio com um país, unzinho só. Além disso, quem está pobre é o cubano, não Cuba. A falta de acesso a bens e serviços essenciais como comida, material de limpeza, água, luz e o verdadeiro bloqueio informativo imposto à população – que não pode ter contato algum com o exterior (tv, internet, rádio, jornais estrangeiros, tudo isso é proibido) – devem recair unicamente sobre a cabeça de seu mentor, Fidel Castro. O articulista Jamie Glazov é certeiro sobre o embargo: "Quando dizem que não há liberdade em Cuba por causa da pressão americana, esquecem um pequeno detalhe: Cuba tem seu próprio líder, que pode torná-la livre quando quiser."

Quanto mais se aprende sobre os fatos do regime, mais se chega à conclusão de que a verdadeira solidariedade a Cuba consistiria em um repúdio a Castro. Quando visitantes chegam à Cuba dos cubanos, não à turística (onde cubanos são proibidos de entrar), e se deparam com as loucuras do regime, não conseguem entender como há tanta louvação e tanta propaganda em torno de um sistema cujo líder se apropria das pessoas como quem toma objetos para si. O cubano, hoje, é propriedade de Fidel Castro. Quem hesita em crer nisso deve atentar para os fatos que inauguraram o castrismo e ainda o mantêm: congresso dissolvido, partidos destruídos e direitos políticos cassados, instauração de tribunais revolucionários, fim do habeas corpus, limites severos ao direito de ir e vir, controle total da educação e da mídia, apropriação de bens e punição violenta contra dissidentes do regime. Em seu livro Cuba: a tragédia da utopia, conta Percival Puggina que "ainda hoje qualquer um pode ser condenado em Cuba a pelo menos um ano de pena privativa de liberdade por crítica ao sistema. Qualquer ação ou prova escrita de desacordo eleva a condenação para muitos anos, pois tudo passa a ser tipificado como propaganda inimiga, conduta anti-revolucionária, atentado contra os poderes e contra a segurança do Estado" (p.47). Na contra-corrente da verdade e dos fatos, toda propaganda pró-Cuba na América Latina destina-se à implementação de regimes semelhantes no continente. Quem duvida, que procure se informar sobre os aliados de Lula no Foro de São Paulo.

O corolário disso é que toda tentativa de restaurar a verdade sobre Cuba é duramente rechaçada, com o apoio de todos aqueles que, em circunstâncias outras, fariam apelo à liberdade de expressão, mas somente para seus próprios gritos de guerra. Prova disso é o veto quase unânime na América Latina ao filme de Andy Garcia, The Lost City [A cidade perdida]. Contar uma história de amor ambientada no início da ditadura castrista era um desejo antigo do cubano-americano Garcia, e não foi realizado com a inocência de quem espera aplausos: "Sei que certos festivais não irão exibir o filme", declarou ele, acertadamente, em 2005, ano do lançamento. "Isso vai continuar a acontecer porque há pessoas que não querem ver a imagem de Che arranhada e porque existem aquelas que apóiam o regime de Castro. Ele ainda tem muitos defensores em todo o mundo, que acham que Castro é um salvador, que olha pelas crianças e pelos pobres. Isso é uma bobagem. Castro está no poder há 45 anos, e Cuba está há 43 anos entre os três países que mais violam os direitos humanos. Seus defensores fecham os olhos para essas atrocidades." Compreendo os grupos que respaldam o veto: apresentar um Che Guevara atirando em pessoas do povo, que heresia! Ainda que tenha sido mesmo um cruel assassino, para eles São Guevara não merece isso. Afinal, toda a adoração ao santo onipresente em camisetas e pôsteres reside na tremenda mitologização que cerca sua vida na América Latina, desde o ensino nas primeiras séries escolares até as produções de grande parte de autores esquerdistas, entre jornalistas, biógrafos, cineastas e outros deformadores de opinião.

É pena, mas tudo indica que será difícil assistirmos a Lost City, que está "sem lançamento definido" no Brasil até hoje. Pois bem: sendo o primeiro relato cinematográfico da história cubana que não consiste em peça de publicidade socialista, seria um tremendo ato de solidariedade a Cuba divulgá-lo, para mostrar o que realmente ocorreu por lá. E, se você está chocado(a) com a proibição do filme e crê viver em um continente livre, cuidado: por causa do socialismo, ele é cada vez menos livre.

Norma Braga

Retirado de Mídia Sem Máscara.

quinta-feira, junho 29, 2006

Nekoda Nayan... porque não?

Heather Veitch... porque sim!

Uma recordação de infância

Morris & Goscinny no Público

O jornal Público e as Edições Asa aliaram-se e estão a editar, a preço convidativo, as aventuras do cowboy mais rápido que a própria sombra, sai às quartas feiras com o Público, por sorte consegui encontrar um exemplar hoje, ontem distraí-me.

Sobre o puritanismo

Decidi começar a postar algumas imagens femininas no blog, para não ser tão pesado, com base no argumento de que ser conservador não implica, necessariamente, ser puritano (e também não estou a fazer concorrência ao Misantropo Enjaulado, que ele já tem a sua clientela garantida).
Decidi também que abandonarei esta nova modalidade caso um mínimo de 10 visitantes do sexo feminino se sintam minimamente ofendidas e o expressem nas caixinhas de comentários.
Afinal de contas, sempre sou um gentleman.

Foto de Ana Paula Arósio... porque sim!

Chegou a altura de cuidar de nós próprios

Na comunidade negra fala-se sempre sobre como as pessoas brancas nos deseducaram de modo a manterem-nos num esclavagismo mental. Mas até que ponto nos responsabilizamos por nós?
A nível nacional, só 68% de todos os estudantes do ensino secundário o completam (…). Entre os alunos brancos a taxa é de 75% e para os negros, latinos e nativos americanos a taxa é de 50%. As taxas são ainda mais baixas se isolarmos os elementos do sexo masculino destes três grupos – as taxas são de 48%, 47% e 43%, respectivamente.
Porque são estes números tão baixos? O problema não é a lei Nenhuma Criança Deixada Para Trás de Bush. O problema nos E.U.A. somos “nós.”
Podemos rastrear o problema até finais dos anos 60, primórdios dos anos 70, quando as mulheres negras caíram na agenda feminista que lhes revelou que “Se sabe bem, façam-no; não, vocês não precisam de um homem; a vossa carreira é mais importante que ficar em casa e ser mãe.” Agora, essas mulheres tiveram crianças que estão a ter crianças, e cada geração sucessiva de crianças está cada vez menos capaz de funcionar na nossa sociedade.
Têm um filho e num prazo de 3 meses começam a enviá-lo para amas de modo a que possam voltar para o trabalho. Trabalham tantas horas que ficam sem tempo para se envolverem na educação das suas crianças. Poucas têm pouco, se algum, contacto com a escola dos seus filhos ou com as pessoas que lá trabalham.
Não existe nenhum direito inerente e constitucionalmente protegido que permita a uma mulher ter um filho. É uma opção! E se optarem por ter um filho, primeiro devem casar-se. Depois, após o casamento, a mulher e o seu marido devem obter a estabilidade monetária de modo a conseguirem ter e educar uma criança – significando isto que um dos pais deve estar disposto a ficar em casa com a criança durante os primeiros anos de vida da criança. Este acto simples, por si só, seria um grande avanço no que diz respeito a resolver a crise do abandono escolar no seio da nossa comunidade.
Tenho consciência de que o meu ponto de vista é controverso, mas não podem culpar as pessoas brancas pela vossa decisão de terem um bebé que não conseguem sustentar ou por serem maus pais. Os filhos, no contesto do casamento, incentivam os pais a serem mais responsáveis, criam estabilidade na vida das crianças e provaram ser uma influência positiva nos desenvolvimentos mental e intelectual das crianças. Sim, existem pais solteiros de sucesso, mas não estou a referir-me à excepção – estou a falar da norma.
A paternidade não é o mesmo que uma galinha ter ovos. É como um porco que dá presunto – é um compromisso total! Demasiados pais acham que ter um filho é um buraco, uma travagem, na estrada da vida – têm um filho, mandam-no para a ama de dia, e continuam com a “sua” vida. Quando decidirem ter uma criança, a vossa vida PÁRA!! Toda a vossa atenção deve ser dirigida para a criança. Isto inclui ir às actividades escolares, conhecer os professores e o director da escola, ir à escola buscar as notas. Notem que nada disto tem a ver com dar mais dinheiro às escolas, com o programa Nenhuma Criança Deixada Para Trás de Bush ou com racismo.
Isto tem tudo a ver com o envolvimento dos pais. Todo o dinheiro disponível, edifícios melhores e os melhores currículos nada significam sem o envolvimento dos pais na vida dos seus filhos.
Agora, há um papel definitivamente legítimo para o governo no que diz respeito à educação, mas coloco a ênfase maior nos pais. O governo pode fazer tudo correctamente, mas se não for apoiado nem agraciado em casa não passa dum desperdício e isso é um problema paternal e não um problema governamental. Pensar de outro modo prova a deseducação dos pais actuais.
Raynard Jackson
Retirado do Black Conservative.

Uma Inspiração Nacional: Manuel Monteiro

Acreditem ou não, foi com este senhor que comecei a ligar a política. Podem encontrá-lo agora no Democracia Liberal, jornal virtual da sua Nova Democracia.

Uma Inspiração Nacional: António Bagão Féliz

Católico e conservador com muito gosto e, certamente, muito orgulho!

Diálogo con César Vidal el martes 21 de septiembre de 2005


Este diálogo con César Vidal tuvo lugar el martes 21 de septiembre entre las 17,00 y las 18,00 horas

Pregunta: Hace unos meses percibí una cierta rectificación por parte de usted de Miguel Primo de Rivera. ¿También rectificará sobre José Antonio Primo de Rivera? ¿Y sobre Ramón de Valera?
Respuesta: La verdad es que sobre el general siempre he tenido una idea bastante similar sin perjuicio de matices que se van perfilando con el tiempo. De Valera tengo la misma pésima opinión que he tenido durante años, si no peor. En cuanto a José Antonio, sigo pensando que su inmadurez política -no digamos ya la económica- era inquietante. En otros aspectos de su vida personal sería, sin embargo, ahora más benévolo.

P: Me he vuelto a enganchar a "La Linterna", enhorabuena ¿Puede existir algo más reaccionario, sectario, panfletario y parcial que la "Gala" de RTVE?
R:
Muchísimas gracias por regresar a la Linterna. Por lo que se refiere a la gala -le dedico una columna en "La Razón"- fue la noche de los muertos vivientes.

P: ¿Sabe usted cuál es el origen de la bandera "estelada" catalana?
R:
No quiero meter el dedo en el ojo a nadie, pero su origen es aragonés y no catalán. Ha sido documentado sobradamente.

P: ¿Conoce algo del caso de Otto Rahbe, y cómo ese funcionario nazi fue un ángel de caridad en Nanking? Como en el caso de Melchor Rodríguez García, ¿no muestra que no se puede juzgar por los letreros?
R:
La verdad es que una golondrina no hace verano. Sin duda, existieron nazis de buena fe y el caso que usted cita es una prueba pero el nazismo como tal es horripilante se mire por donde se mire.

P: Le rogaría hiciese una valoración del Reverendo C. Spurgeon. ¿Cómo podemos valorarlo como evangelizador y su doctrina? ¿Podría comentarme qué le parecen los contactos políticos que mantuvo el Rev. Spurgeon con algunos líderes del Partido liberal Inglés?
R:
Como predicador era excepcional y como teólogo muy sólido. No deseo dogmatizar, pero muy posiblemente ha sido lo más contundente que han dado las iglesias bautistas en mucho tiempo.

P: ¿Es usted , al igual que Losantos y el sector duro, antigallardonista? ¿Qué opinión le merece Don Alberto como político? ¿Tan imperdonables son sus "pecados"?
R:
Ruiz Gallardón me parece desigual. En algunos momentos puede ser muy pero que muy brillante y en otros su populismo y sus cesiones a la izquierda me causan un hondo malestar. Y, desde luego, lo que fue lamentable fue la manera tan absurda, pueril e injustificada en que perdió los papeles en "La mañana" de COPE.

P: ¿Qué opina de la masonería? ¿Sabe si hay masones en este gobierno?
R:
1. Es una sociedad secreta cuyos aportes a la Historia de la Humanidad caben más en el debe que en el haber siquiera por esa predilección por desencadenar procesos revolucionarios que al final la rebasan y que acaban en verdaderos baños de sangre. 2. No, no lo sé.

P: Me gustaría que me recomendase algún libro sobre la historia moderna del Oriente Medio, así como otro sobre historia de Israel. Por cierto, ¿qué obra es la sintonía de "La linterna de la cultura"? Gracias por su programa, que más que linterna es faro.
R:
Muchísimas gracias. De historia de Israel sigue siendo magnífico "Israel y las naciones", de F. F. Bruce. Sobre Oriente Medio no hay mucho, la verdad pero el "Oh, Jerusalén", como introducción divulgativa, merece la pena releerlo. Finalmente, las sintonías de "La linterna de la cultura" son varias. Si pudiera usted ser más concreto con el espacio...

P: ¿Considera que pecamos de ingenuos quienes creíamos que la invasión de Irak podría llevar la democracia a ese país? ¿Considera que resulta absolutamente imposible que nazca un régimen democrático en el ámbito musulmán?
R:
Una democracia plena en un ambiente islámico me parece algo utópico. Pero entre ese extremo óptimo y la dictadura de Saddam Hussein en el otro existen muchos puntos intermedios mejores que esta segunda posibilidad.

P: ¿Para cuando podremos ver sus tertulias en Popular TV?
R: Pues la verdad es que no tengo la menor idea y, desde luego, no depende de mi, pero si piden es posible que se les dé.

P: ¿No cree Usted que hay algún parecido entre el sistema de propaganda protestante (Leyenda negra) del siglo XVI y el sistema comunista? Ahora los nacionales son "nacionalistas " en algunos libros izquierdófilos, ¿pero existe el nacionalismo español ? R: 1. No es exacto decir que la leyenda negra fue un invento protestante. La sostenían también Francia y otras potencias católicas -incluida ocasionalmente la Santa Sede- y sería más correcto calificarla como anti-española. Tengo la sensación de que se parece al comunismo en lo que se parecen todas las propagandas, pero nada más. 2. Efectivamente, suele ser común -pero no de ahora sino desde 1936- denominar "nacionalistas" a las fuerzas del ejército nacional. El término no es del todo exacto como tampoco lo era en 1936-9 llamarlos blancos, pero son denominaciones que acaban haciendo fortuna. 3. Hoy por hoy, no creo que exista un nacionalismo español , aunque en términos históricos tendría unas raíces reales y claras a diferencia del vasco o del catalán.

P: ¿Qué posición tomó la CEDA durante el transcurso de la Guerra Civil? ¿Defendió al gobierno legítimo, se alineó con los golpistas o se quedó al margen?
R:
La CEDA prácticamente desapareció en julio de 1936 y sus miembros adoptaron diversas opciones. Por supuesto, los hubo que se sumaron a los alzados, pero no faltaron los que pretendieron mantenerse en el sistema republicano, ya más que erosionado por el frente popular. Ni que decir tiene que el colectivo como tal no sobrevivió a los inicios de la guerra.

P: Si dice usted que Cataluña debe ser España porque pertenecía a la Hispania romana, entonces ¿por qué no considerar española a Portugal?
R:
No, yo no digo que Cataluña deba ser España porque pertenecía a Hispania, sino que la prueba de que España no es una creación reciente es, entre otras cosas, que es la proyección directa de la Hispania romana.Añada a eso que los visigodos -por ejemplo, san Isidoro- identifican ya esa España como nación al quebrarse el imperio y que, por supuesto, ese sentimiento persiste a lo largo de la Reconquista. Portugal de manera natural debería haber permanecido en España, y así ha sucedido en algún periodo histórico, pero no es menos cierto que mostró siempre una voluntad de independencia. Sin embargo, Cataluña -a diferencia de Portugal- jamás fue reino, siempre formó parte de agrupaciones políticas superiores a ella y hasta la aparición en el s. XIX del nacionalismo catalán jamás defendió la disparatada tesis de que era una nación o que debía independizarse.

P: En una tertulia de "La Mañana", Jiménez Losantos (discutiendo con Pedro J.) se mostraba partidario de las guerras "por si acaso". ¿Está usted de acuerdo con tamaña barbaridad?
R:
Imagino que don Federico se refería a las guerras preventivas. Reconozco que el tema es delicado, pero no faltan ejemplos históricos de cómo en ocasiones la única manera de sobrevivir ha sido recurrir a la guerra preventiva.

P: ¿Qué opina de Gianfranco Fini y su partido ? Circula el rumor de que Fini estaría interesado en apoyar al Partido Demócrata Español ( PADE ). ¿Lo considera probable?
R:
1. Nunca ha sido santo de mi devoción. 2. Cualquiera sabe a quien puede apoyar Fini pero, sinceramente, no le veo respaldando al PADE . En cualquier caso, el tiempo nos lo dirá.

P: Nada se oye sobre las tensiones entre Marruecos y España en referencia al petróleo de las Canarias. Este país esta dando concesiones petrolíferas a EEUU y Francia en espacios en litigio con España. Visto que Mr Bean en la ONU sólo puede reunirse con el presidente de Andorra, ¿qué aliados tendríamos en caso de conflicto por petróleo?
R:
Ninguno. Aliados en el terreno internacional no tenemos uno solo. Es una de las cosas que tenemos que agradecer a la desastrosa política internacional que ha desarrollado el señor Rodríguez Zapatero.

P: ¿Por qué no se han reconstruido en España monumentos destruidos (iglesias, castillos, monasterios, palacios,...) como se ha hecho en Centroeuropa con tanto éxito?
R:
Me hago esa misma pregunta siempre que viajo por Castilla y con profundo dolor no encuentro más respuesta que la incompetencia, la ignorancia y la desidia.

P: ¿Ha oído en los últimos 8 años a algún dirigente del PP decir que se opone al aborto y calificarlo como crimen inhumano? Se lo digo porque empiezo a dudar que alguien en ese partido piense así. Dada su nueva responsabilidad profesional ¿sería tan amable de dar voz a los diputados que sean provida? en el caso de que existan, claro.
R:
No, no lo recuerdo, pero eso no quiere decir que no los haya. Dicho esto y dada la posición, bastante clara, por cierto, que yo he adoptado en "La linterna", no le quepa la menor duda que si el tema se plantea los partidarios de la vida encontrarán eco en el programa.

P: ¿No cree que la película "Feliz Navidad Mr.Lawrence", coprotagonizada por David Bowie y Ryuchi Sakamoto, plasma perfectamente la mentalidad japonesa y que explica en buena medida el porqué de las atrocidades cometidas por el ejército japonés durante la II Guerra Mundial (mayores aún que las alemanas)?.
R:
La película es buena ciertamente, pero creo que sólo capta una parte de esa mentalidad.

P: Desde que inició "La Linterna", ¿nos puede contar cómo es ahora uno de sus días habituales de trabajo?
R:
Mejor que nunca. Tengo las mañanas libres.

P: ¿Me recomienda un buen libro sobre el Jesucristo histórico?
R: Le recomendaría que leyera mi novela "El testamento del pescador" y que repasara mi "Diccionario de Jesús y los Evangelios".

P: En el caso de que el PP vuelva a ganar las elecciones ¿que prevé que pueda ocurrir con la culturilla que nos invade en TVE? ¿Cree que el PP tomaría medidas contra semejante situación ó la permitiría?
R:
Debería hacerlo, pero no por motivos políticos, sino meramente estéticos y culturales. Tanta caspa ahoga.

P: Recomiéndeme algún libro sobre los carlistas, la masonería, y la economía, y por ultimo permítame una pregunta personal: ¿Qué confesión religiosa practica usted?
R: 1. Sobre los carlistas, casi lo mejor es remitirle al catálogo de la editorial ACTAS, que tiene muy buenos títulos sobre el tema. 2. Sobre la masonería y a título de introducción el último libro de Ricardo de la Cierva es muy interesante. 3. Soy evangélico.

P: ¿Qué le parece de real y qué de falso en El Código da Vinci ?
R:
El Código Da Vinci es un verdadero disparate de escasa calidad literaria. Ahora, comercialmente les ha salido de perlas.
P:
Cisma en el PP gallego, ¿preludio de un cisma a nivel nacional? ¿Puede surgir un partido a la derecha del PP?
R:
Ése es uno de los objetivos del PSOE con la intención de perpetuarse en la Moncloa. Dios nos libre.

P: ¿Cómo cree que va a aplicar ZP su teoría sobre la igualdad de los sexos para acabar con el terrorismo de la ETA?
R: Llevo desde anoche haciéndome esa misma pregunta.

P: Después de leer lo que ha ocurrido en Galicia da la sensación que el único objetivo de los políticos es tener poder. Es algo deprimente que hace pensarse mucho volver a participar en esta farsa que es la democracia en este país.
R:
Ciertamente el espectáculo no es edificante.

P: ¿Qué opina de esos edificios anexos a enclaves arqueológicos (centros de interpretación lo llama la señora) que ha puesto de moda doña Carmen Calvo similares a ese horrendo e ignominioso cubo de hormigón que han plantado en Baelo Claudia?
R:
Un verdadero disparate pero es que la ministra es de cuidado... de cuidado que sabe poco de su departamento.

P: ¿Qué le recomendaría a alguien que realmente quiere creer pero que todo el asunto (iglesias, Biblia e incluso la existencia de Dios) le parece muy poco convincente? ¿Hay algo que puedo hacer, o debo resignarme a un ateísmo que no me satisface (pero que me parece muchísimo más creíble)? Felicidades por su libro sobre los Manuscritos del Mar Muerto.
R:
Muchas gracias por su comentario sobre mi libro. En relación con lo otro, personalmente estoy convencido de que el que quiere creer, ya cree en lo más íntimo de su ser aunque no se ha dado cuenta todavía. Usted dele tiempo al tiempo y repase el Nuevo Testamento, que yo le tendré en mis oraciones.

P: Los resultados electorales en Alemania, con el ascenso de neocomunistas y neonazis, ¿pueden significar que Alemania vuelva a ser un peligro para el resto de Europa?¿Puede ser algo pasajero y anecdótico?
R:
Lo que es un verdadero peligro pero para sus ciudadanos es la política del canciller Schroeder. De sus fracasos acaban beneficiándose al final los anti-sistema.

P: Aborto mas fácil, eutanasia, divorcio express ... ¿A este gobierno le queda algún valor moral por atacar? ¿La familia quizás?
R:
Me temo que la familia es uno de sus blancos privilegiados, y me temo también que no son éstos los únicos valores morales que va a intentar vapulear.

P: ¿Ha estado en París? En caso afirmativo, ¿qué le parece la ciudad? Y en particular, ¿los museos del Louvre, Orsay y el Pompidou?
R:
Sí, varias veces. Aunque no es una de mis ciudades favoritas, me agrada. De los museos que cita mi preferido es el Louvre.

P: No entiendo la postura de algunos que se dicen liberales en contra de la eutanasia... ¿Hay algo mas liberar que elegir sobre tu propio final? Eso es defender la libertad individual de cada persona. Así opino yo, que me considero liberal.
R:
Si se tratara sólo de elegir el propio final el tema de la eutanasia no se plantearía porque se halla subsumido en el del suicidio. Lo problemático es la decisión sobre la vida de determinados seres que, al final, como sucede en Holanda, se traduce en el exterminio de ancianos, enfermos e incluso de niños con malformaciones.

P: ¿Cree usted que Mariano Rajoy debería tener miedo y cuidado según los antecedentes históricos de intentos de asesinato o asesinato de Prim, Canovas, Alfonso XIII, Canalejas, Dato, Calvo Sotelo, Franco, Carrero Blanco, Juan Carlos I o Aznar a manos de la izquierda española?
R:
No distraiga usted a Rajoy, que bastante tiene con la comisión del 11-M.

P: ¿Considera acertado modificar la Constitución para la sucesión a la Corona de mujeres en igualdad?¿Cuál sería su solución?
R: Me resulta bastante indiferente, la verdad, y si Letizia tiene además un niño como primogénito ya ni le cuento.

P: ¿Qué le parecen las novelas de Jesús Sánchez adalid?
R: Entretenidas.

P: ¿Cree que la ciencia podría demostrar algún día la existencia o no de Dios?
R:
La tesis de algunos científicos es que, de hecho, ya la demuestra. Recuerdo, por ejemplo, un libro que apareció hace unos años escrito por un físico que sostenía esa tesis a partir de los últimos avances de su disciplina. Dicho esto, estoy convencido de que el que no quiere creer no cambiará de opinión por leer una fórmula matemática que demuestre la existencia de Dios y el que cree no necesita en absoluto esa prueba.

P: He leído el nuevo libro de Oriana "la fuerza de la razón", y me ha asombrado su diatriba furibunda contra todo bicho viviente. Creo que tiene más fuerza que razón, y así ha debilitado las críticas al Islam, que sí merece la aversión absoluta y debería ser perseguido por la ley como la mafia. ¿Ha leído el libro?
R:
Sí, lo he leído. Tengo la sensación de que Oriana Fallaci da por perdida a Europa y le duele mucho que así sea. Ayer don Gabriel Albiac llevó a cabo un magnífico comentario del libro en "La linterna". Está en la página web de la COPE.

P: ¿Ve usted alguna posibilidad, por remota que sea, de arreglo de ZP? ¿No cree que realmente es lo que parece?
R:
Me gustaría creer que puede cambiar para bien pero día tras día se empeña en demostrarme lo contrario.

P: Tras haber leído su libro sobre las checas stalinistas de Madrid en la Guerra Civil y conocer que su próxima publicación versará sobre los crímenes comunistas de Paracuellos; aludiendo a su credibilidad y objetividad como el gran historiador que le presumo; ¿Para cuándo un estudio sobre la matanza de Badajoz o sobre la represión franquista al finalizar la Guerra?
R:
Sobre lo que sucedió realmente en Badajoz en un par de años, porque acabo de hacerme con documentos de la época sobre el tema y no creo que pueda terminar el trabajo antes. Sobre la represión de Franco durante y después de la guerra ya escribí hace años y, por cierto, nadie cuestionó mi objetividad porque no escribiera sobre las checas que, dicho sea de paso, no sólo fueron comunistas.

P: No cree que elegir a Moratinos como ministro de exteriores única y exclusivamente para tener buenas relaciones con Marruecos supone que sea Marruecos nuestro Ministerio de Exteriores, además de demostrar que nuestro Gobierno le tiene un miedo terrible.
R:
Ignoro si ésa ha sido la razón para que Moratinos sea ministro de asuntos exteriores pero sea cual sea la verdad es que lo está haciendo muy mal.

P: ¿Piensa que la comisión del 11-M está trabajando seriamente en la búsqueda de los culpables, os es un mero foro político?
R:
Creo que para unos ha sido un ejercicio de triles y, para otros, debería ser una oportunidad para aclarar responsabilidades. Pena que sean a veces tan tibios.

Mis muy queridos amigos, hemos llegado al final del chat. Nuevamente les agradezco su gentileza y atención. Les espero aquí mismo, Dios mediante, la semana que viene, a la misma hora. Hasta entonces un fortísimo abrazo y que Dios los bendiga.

Retirado do portal do Partido Demócrata Español.

Já conhece The New American?

A revista The New American é editada pela John Birch Society.

Sócrates governa à direita?


Apesar de o PS ser um partido de esquerda ou centro-esquerda, há muitos portugueses que consideram que este Governo está a seguir políticas de direita.

Segundo uma sondagem Correio da Manhã/Aximage, a maioria dos portugueses, 33,5 por cento, classifica as políticas seguidas pelo Governo de José Sócrates com sendo de esquerda ou centro-esquerda. Mas 27 por cento consideram que o Executivo segue uma orientação de direita ou centro-direita. Enquanto 11 por cento vêem este Governo ao centro.

Dentro do eleitorado socialista, a percentagem de eleitores socialistas que classifica o Governo como de direita até é superior aos que dizem que é de esquerda: 17,6 por cento contra 14 por cento.

Os eleitores do CDS-PP não têm grandes dúvidas sobre o caminho seguido pelo Executivo: 31,6 por cento afirma que é um Governo com políticas de direita.

No lado oposto, os comunistas respondem na mesma linha que os democrata-cristãos, com 26,1 por cento dos inquiridos a insistir que Sócrates governa à direita.

No PSD aponta-se para o centro-esquerda, com 24 por cento a defender esta orientação. Mas 23 por cento dos inquiridos sociais-democratas classificam-na de esquerda. Uma diferença de apenas um por cento.

Como o PS é um partido conotado com a ideologia de esquerda e centro-esquerda, o facto de ser visto à direita por tantos portugueses pode ser explicado por algumas medidas governamentais, como a mobilidade na Função Pública, as novas regras de cálculo das pensões e o aumento da idade de reforma.

Retirado do Portugal Diário.

Atlântico, hoje nas bancas a edição de Julho

A revista Atlântico.

Uma Inspiração Internacional: Pauline Hanson

Chegou a ser prisioneira política por ter tido mais votos do que os sinistros gostariam numa Austrália que perdeu o rumo...

Uma Inspiração Internacional: Jörg Haider

Recordam-se do escândalo?

Uma Inspiração Internacional: Wolfgang Schüssel

Presidente do Österreich Volkspartei (Partido Popular da Áustria), quase ninguém se recorda dele, mas foi o conservador que, indirectamente, desencadeou a revolta dos sinistros de toda a Europa contra a Áustria quando se aliou ao senhor que vou mencionar no próximo post, dentro de segundos.

O Que Aconteceu à "Lusitânia Expresso"?


Creio que poucos recordarão a existência desta pequena grande revista, a Lusitânia Expresso, editada pela ala de direita conservadora dos Partido Popular e Partido Social Democrata antes de existir imprensa conservadora assídua em Portugal - actualmente temos a Nova Vaga, a Atlântico e a velhinha Futuro Presente a sair mais que uma vez por ano.
Como poderão verificar pela página da internet a LE anda algures por aí (não se animem, o portal está assim há uns dois anos). Quem puder responder à minha pergunta, é favor utilizar a caixinha dos comentários aqui ao fundo.
Publiquei no post anterior o estatuto editorial da Lusitânia Expresso, digam lá se não é pura e simplesmente delicioso?

O Que Somos e o Que Queremos

LUsitânia Expresso é uma publicação de doutrina e crítica de ideias e factos dedicada aos principais problemas que con­frontam hoje a Civilização ocidental, nomea­damente a cultura, a filosofia e a praxis. Pautará a sua orientação pelos princípios que se seguem.

1 — A crise de valores a todos os níveis e a ausência de cri­térios de excelência na sociedade contemporânea têm origem num bloco hegemónico de correntes ideológicas, umas vezes contraditórias na forma de pensamento e na disputa do territó­rio, outras vezes entrecruzando-se, mas totalmente convergen­tes na destruição da Civilização ocidental. Este bloco engloba o nihilismo, o marxismo e o submarxismo, o progres­sismo, o liberalismo, o vanguardismo, o pós-moder­nismo, a neofilia, o pragmatismo, o tec­nocra­tismo, o relativismo e outras correntes, umas mais e outras menos influentes. Este bloco é a expressão da entente tácita entre a esquer­da e a direita decadente e, por ser dominante, é o modelo acabado do politicamente cor­recto. Na realidade, comporta-se perante a Civilização e a natureza humana como uma força agressora e destrutiva. A decadência do pensamento, das artes e das letras produ­zida por essa entente induz insidiosamente à decadência das consciências e da vida.

Lusitânia Expresso pretende juntar-se aos homens de Estado, activistas e intelectuais lúcidos e empenhados na defesa da nossa Civilização para fazer frente à hegemonia dessa enten­te. Pretende contribuir para ganhar a guerra das ideias, tornando a vida social em geral, as artes e as letras veículos de educação.

2 — O principal aspecto da crise da Civilização é a desa­gregação da família, evidenciada pelo declínio da nata­lidade, pelo crescente número de divórcios, mães solteiras, crianças e velhos abandonados e, mais subtilmente, pela destruição da ordem e dos laços afectivos mesmo nas famílias que não atingem aquelas evidências. Estes fenóme­nos consti­tuem ameaças à esperança da feli­ci­dade individual mas são igualmente alimentos da indústria do «social» e da burocra­cia estatal, tendo como conse­quência o em­polamento do orçamento dos estados, com o corolário do agravamento dos impostos.

Lusitânia Expresso analisará as forças e os elementos ideológicos que concorrem para a desagregação da família, nomeadamente o feminismo, a destruição da autoridade e a contestação da identidade sexual por minorias activas nos media e nas instituições. Defenderá os valores da família consagrados pela nossa Civilização, que definem o único «tipo» de família propriamente dita, e rejeita toda e qualquer construção ideológica contra natura sobre a matéria.

3 — Outro factor que ameaça a Civiliza­ção é o processo degenerativo em que se encontra a educação. Esta é outra causa directa do alastramento dos grandes flagelos que hoje atingem a juventude: fracasso escolar, cripto-analfabetis­mo, im­pre­paração profissional, ausência de horizontes morais e culturais; banalização do hedonismo e do paganismo, desregra­men­to e promiscuidade sexuais, toxicode­pendência, doenças graves, delinquência e crime.

Lusitânia Expresso analisa os veículos da desqualifi­cação moral e profissional da ju­ventude, nomeadamente as ideologias da entente, a destruição da família e as cíclicas pseudo-reformas do ensino, e rejeita a dita­dura de minorias dissolutas que nos media pretendem impor a «normalização» do anormal e a margi­nalização da normalidade.

4 — A invasão dos media e das artes pela pornografia, a crescente impudicícia na praça pública, a corrupção na política, no desporto e noutras actividades públicas e o au­mento da criminalidade vão de mãos dadas. Estas manifesta­ções inscrevem-se num processo de aniquilamento da ética em todos os campos e de erosão do tecido social, ao mesmo tempo que, pelo mau exemplo, desenvolvem um efeito multiplicador.

Lusitânia Expresso pugnará pela ética na vida pública, nomeadamente nos media, na política, nas artes e no desporto, o que irá influenciar positivamente a vida moral privada e colectiva.

5 — Foi criada pela esquerda uma opinião igualitária anti-elites. Por outro lado, a vida pública das nações, nomea­damen­te a vida política, é dominada por acontecimentos e pro­cessos que a desilustram. Por estas razões, os elementos mais válidos das nações reservam-se de assumir funções públicas. Em consequência do vazio assim cria­do, a vida pública tor­na-se presa fácil para pessoas de valor moral e técnico inferior, mas, em compensação, bastante capazes na manipulação da massa através da demagogia e do popu­lismo.

Lusitânia Expresso defenderá a excelência moral e técnica dos quadros públicos bem como as medidas que concorram para a assunção tranquila de funções públicas por parte das pessoas mais válidas das nações. Defenderá ainda as medidas culturais, educativas, técnicas, económicas e políticas que conduzam ao desenvolvimento de vastas e multifacetadas elites nacionais.

6 — O Estado moderno, olhando longe a partir do passado e do presente e sem contrariar a liberdade de acção individual nem assumir o gigantismo socialista, deve simul­taneamente ser o garante dos valores da Civilização e o instru­mento de prepa­ração do futuro. Deve ser o agente das grandes políticas a longo termo em previsão de si­tua­ções que possam ocorrer em todas as áreas da actividade humana, nomea­da­men­te a moral, a cultura, a ciência, a ecologia, a exploração dos recursos naturais ou a economia. Existe, no en­tanto, uma profunda crise da prospectiva dos estados. São disso reveladores os actos imediatistas ou irreflectidos, de conse­quências previsivelmente graves, cometidos por alguns dos seus agentes, internamente e em organismos internacionais. Por outro lado, outros demons­tram uma grande tolerância — e até aplauso — em relação a actos claramente anticiviliza­cio­nais. Ao longo do tempo, tais actos, irreflectidos ou intencionais, fazem perigar a nossa Civilização.

Lusitânia Expresso propõe-se reflectir sobre a previsão a longo termo de tais situações, procurando assim contribuir para a de­fi­nição de uma prospectiva de Estado que assegure a continuidade da nossa Civilização.

Lusitânia Expresso respeita os princípios deontológicos da imprensa, a ética profis­sional, a boa fé dos leitores e a verdade da informação, e não visa fins comerciais (n.o 4 do art. 3.o da Lei de Imprensa).

Estatuto Editorial

Entrevista a António Marques Bessa


Como estudioso das teorias das elites ao longo da História, como classificaria aquilo que hoje temos em Portugal?

É uma pergunta muito abrangente, mas é um tipo descrito como elites oportunistas, isto é, o objectivo dessa elite não é governar ou realizar o bem público, nem tão-pouco preservar o Estado. O objectivo dessa elite, ocasional, é reproduzir-se e perpetuar-se.

Uma espécie de elites profissionais?

É verdade. No caso da política, transformam-se com o tempo numa profissão e dá origem a um conjunto de pessoas que busca manter a profissão. Por isso, quem tem esta profissão não a vai querer perder por nada e consequentemente não vai tomar decisões políticas que sejam boas para o Estado, mas que o vão, a ele, prejudicar.

Mas não é inevitável que se criem os chamados políticos profissionais?

Não é inevitável. Por exemplo, em Singapura, existe um tipo de elite política que não tem nada a haver com esta, porque não depende de qualquer tipo de eleição. O ditador de Singapura faz como entende e aquilo que entende.

Se o indivíduo trafica e fuma droga, enforca-o. Se cospe para o chão, leva chibatadas. E acabou. Isso é bom? Quem sabe? Esta gente que governa um país em função dos seus interesses nunca diz que o faz assim, pois refere sempre que governa em função de algum tipo de interesses, que são ideológicos.

Mas acha que o interesse ideológico se sobrepões ao bem comum?

Hoje, inclino-me a pensar que nem sequer há interesses ideológicos, pois, se se mudar a bandeira de um lado para o outro, vemos que caminhamos para muitas semelhanças, mas as ideologias continuam a servir de justificativo para a acção dos governantes, porque não vão simplesmente dizer que estão a governar porque o querem fazer. Parece mal.

O que me está a dizer é que o interesse pessoal da elite predomina sobre o colectivo...

Com certeza.

Mas, historicamente, isso não terá sido sempre assim?

Não, porque há épocas em que os interesses, por exemplo, religiosos ou patrióticos, prevaleceram sobre os interesses pessoais. Havia gente disposta a sacrificar a vida, a família, os filhos, os bens, em prol de objectivos que entendia como superiores. Basta lembrar a grande frase do Condestável, que Fernão Lopes narra, referindo-se à guerra com Castela, que simbolizava um poço, e ao apelo feito para saltarmos todos para dentro desse poço.

Quando é que desapareceu essa manifestação de elite?

Desaparece no momento em que a votação alarga, ou seja, quando a base de selecção da elite aumenta através da votação geral e universal. Os indivíduos que inicialmente constituíram uma elite, nã precisando de votos para nada, prosseguiam de acordo com os seus padrões de guerra e entendimento, no fundo eram donos do Estado.

A partir do momento em que se respira votos e se querem votos, tem de haver uma política direccionada e têm de obter a boa vontade pública, fazendo propostas médias e evitando sacrifícios.

Então, das duas uma, a ideia que temos de democracia representativa é contrária à formação de boas elites ou dessas elites haverá uma evolução que se coaduna já com aquilo que são os pressupostos da democracia representativa. E, neste último caso, esta elite é pior que a outra?

Um homem que foi ministro socialista da Áustria, Schumpter, e teve de emigrar para os EUA, recomendava que se misturassem as duas, uma parte eleita e outra hereditária. Para uma desequilibrar a outra. Acontece que, em muitos países, as democracias tentaram corrigir isso, pois a sociedade testa as elites, havendo controlos externos. Nós, portugueses, temos é um problema grave, pois os nossos políticos profissionais, salvo um ou outro, são indivíduos fracassados nas suas próprias profissões e, consequentemente, nunca podem ser bons políticos. E nem se pode exigir que o sejam.

Tem uma frase no seu livro (Quem Governa?) de um investigador russo, Moisei Ostrogorski, que estudou as elites norte-americanas no início do século XIX e não poupou adjectivos aos objectos do estudo, dizendo que se tratavam de "indivíduos médios, fiéis à organização, criaturas da máquina, contribuintes notáveis do aparelho, bandidos notórios, instrumentos do boss". Esta ideia que trouxe para o seu livro pode estender-se ao contexto actual nacional?

Ostrogorski enganou-se em pouco. Na realidade, dentro de um partido, tem-se visto isto tudo e até descoberto bandidos notórios que, muitas vees, não são punidos, por ineficácia da justiça. Em tudo isto há uma espécie de luva gigantesca, entram na política com uma mão atrás e outra à frente e saem com casas com piscinas, depois de desfritarem de ordenados notavelmente baixos.

São criaturas da máquina. Costumo dizer aos meus alunos que querem fazer carreira política: vá para a máquina, coloque-se na máquina, suna na máquina e avie-se. É um conselho que já tenho visto aplicado com êxito.

E as ideias como o bem comum, o trabalhar para a comunidade, o servidor do Estado?

São ideias que já morreram. Até existem pensamentos sobre isso, mas o bem comum é uma construção, porque, para um político, o bem comum é o seu bem comum.

Em Portugal há então uma falta de controlo externo das elites?

A elite política faz aquilo que a deixam fazer. Se tem uma população com uma cultura política mínima ou inexistente, não há limite para aquilo que a classe política pode fazer. E isso vê-se em coisas tão simples como o facto de, em anos de crise, a classe política ter-se reproduzido, aumentando os seus rendimentos.

Toda a gente fica escandalizada, mas nada acontece. As pessoas não têm a possibilidade de intervir e dizer "não, senhor, não queremos estes sujeitos, rua". Quem costuma fazer isto em Portugal é o Exército. Não conheço por cá nenhuma elite política que tenha conquistado o poder, conheço é revoluções e golpes de Estado militares que conquistaram o poder e o entregaram a um determinado conjunto de gente.

Há pouco tempo, Freitas do Amaral falava da existência de perigos para a democracia devido a toda esta crise que...

O professor Freitas do Amaral tem muito pouca credibilidade para falar sobre seja o que for. Quando mataram o Sá Carneito - ou ele caiu do avião? -, a primeira coisa que esse cavalheiro fez foi chegar-se à boca de um microfone e dizer que foi um acidente. Era profeta? O que ele diz não se escreve, o que ele afirma também tem pouco interesse. Escreveu um livro sobre D. Afonso Henriques que é uma verborreia espantosa, nem na praia se pode ler. Aquilo não presta.

Mas os escândalos políticos, o desinteresse e o olhar de soslaio da população para partdos e seus agentes, a abstenção nas eleições...

As pessoas começam a desinteressar-se dessas coisas, os políticos querem gente a participar e todos se estão marinbando. Se a política se tornar um jogo entre cinco ratos, deixá-los jogar.

Mas isso não representa o esgotamento do chamado modelo democrático?

Claro. O modelo democrático é apresentado como uma fórmula última, o fim da história. Não há outros modelos? As pessoas são tão cegas que não percebem que há outros modelos? Para governar pessoas e Estados. Singapura não é uma cidade-Estado?

É a segunda vez que fala de Singapura. Gostaria de lá viver?

É um sítio limpo, onde não há papéis no chão, onde ninguém rouba, onde todas as portas estão abertas e ninguém toca num bem alheio. Macau também é um novo tipo de estatalidade, Hong Kong igualmente, na época medieval não existiam cidades governadas por bispos, por príncipes, e depois?

O que me está a dizer é que podemos voltar a isso?

Claro que podemos. Depois de este sistema entrar em colapso. Tudo é uma construção.

Cultivar a ideia de elite não é algo que desperta receios, não é visto quase como... antidemocrático?

É verdade. Mas isso é uma escola realista que se cultiva na França, em Itália, nos EUA. Independentemente do que se pense as elites existem. O tipo de elite mais perigoso, ainda por cima quando em causa está uma sociedade frágil, é aquela que concentra todos os poderes: económico, militar, cultural e político. O antídoto para estas questões passa pelo desenvolvimento de uma cultura política, a massa, os cidadãos têm de ter cultura política.

Essa cultura política existe em Portugal?

A tradição é abolir a pouca cultura política que ainda existe. É entusiasmá-los com futebol e com telenovelas.

Portugal pode sobreviver, actualmente, fora da União Europeia?

Aqui há uma coisa verdadeira, ainda não tivemos essa experiência. E nunca apostámos tudo no mesmo cesto, como agora acontece. E os portugueses, quando se observa o discurso e a vida, sentem que não são europeus. Até porque cada vez temos menos contactos culturais com países mais ricos. A imigração especializada de Leste, com médicos, engenheiros e outros que estão a vir, é encaixada nas obras para construir prédios para patos-bravos.

Não aproveitamos nada deste saber. Os brasileiros foram bem mais espertos. Foram à Ucrânia e à Rússia e negociaram calmamente a vinda de físicos e químicos, compraram os aparelhos e colocaram-nos nas faculdades. Os americanos já tinham ido buscar os peritos alemães, após a II Guerra Mundial, para desenvolverem a indústria aeroespacial.

E a Espanha aqui tão perto. Os receios públicos que surgem de quando em vez têm para si razão de ser?

A Espanha não deve ser nem uma preocupação nem uma barreira. Mas o nosso primeiro-ministro dá-lhe na ideia falar espanhol, a mostrar que sabe falar castelhano. O que é que faria um político inteligente? Visitava a Catalunha e falava com os catalães, visitava a Galiza e falava com os Galegos, visitava o País Basco e falava com o partido nacionalista, visitava a Andaluzia e falava com o partido independentista e só, finalmente, ia a Madrid e falava português.

O senhor cita também o pensador Raymond Aron: "O que a teoria neomaquiavélica e a experiência ingénua igualmente confirmam é que a administração das coisas não substitui o governo das pessoas". Explique-me lá isto.

A administração das instituições, dos recursos naturais, o que se quiser, não consegue impedir que tenha de haver, para que isso funcione, uma estrutura hierárquica de uns que mandem nos outros.

Isso leva-nos, novamente, ao processo de escolha, que deveria ser racional, o melhor para o lugar em questão. E será assim?

Na administração pública, em muitos casos, não. Impera o amigo e a incompetência. Não sou eu que digo isso, é algo que recolhe quase unanimidade. A elite política nacional ainda não tem consciência de que este não é um país do terceiro mundo.

Neste momento, o debate político quase se concentra nas eleições presidenciais. Quase se desenha uma guerra na escolha dos candidatos.

Não a compreendo, porque a função do presidente é meramente decorativa, circula por aí com a primeira dama e faz a figura de reizinho. Na maior parte das vezes, faz figura de tolo. Vive num palácio e tal, parece que não pagam renda, tem uns tipos a cozinharem para eles, vão aqui e acolá.

Como é que veria um confronto Guterres/Cavaco?

É uma história antiga. A época do cavaco já passou, as pessoas ainda se lembram do Cavaquistão. O Guterres vinha da Cova da Beira, com raízes ancestrais na província, mas é um fala-barato. Os dois são um pouco pategos, indivíduos pouco ilustrados. O Cavaco parece que sabe, mas não sabe muito.

E Santana Lopes?

Não é melhor que eles. Mas é um tipo espertíssimo, mais esperto que os dois juntos. E os espertos são perigosos.

Vota nas eleições?

Pertenço ao grupo daqueles que estão muito interessados em que haja consciência por parte da elite de que há uma quantidade de pessoas muito desinteressadas de todo este teatro, em que os principais actores são eles. E ou contractam melhores actores ou o teatro fecha.

Retirado da Tempo, nº 14

quarta-feira, junho 28, 2006

Já vos conto


Demorou algum tempo, mas já tenho o blog equipado com contadores de visita, ao todo são três, o último coloquei-o ali no canto superior direito há parcos minutos, um ontem ao fim do dia e o outro, creio eu, poucas horas depois de inaugurar este modesto e irrelevante blog.

Belém e as espadas


Outra vez tempo de “urgente” reforma militar. Como se explicou na campanha, os poderes de Belém nesta área são decisivos (daí a súbita profusão de presidencialistas vingativos, e de parlamentaristas tardios).

Cavaco não poderá assim ficar calado, quando receber as queixas costumeiras sobre o “monopólio” do Exército, a “megalomania” da Marinha ou o “irrealismo confuso” da Força Aérea. Mas não pode também erguer-se como advogado de um ramo contra os outros, ou anjo vingador que mata primeiro e faz justiça depois.

Numa situação dramática, em que tocamos no fundo, qualquer juízo corporativo deve ser exemplarmente banido, e trocado por uma nova direcção “holística”, insistindo, de vez, em forças mais unas, móveis e operacionais, que saiam do papel para a rua. O governo terá de fazer mais sacrifícios reais, para as equipar e pagar, e elas precisam de provar, por actos e prontidão, que vale a pena o investimento.

Nuno Rogeiro

Retirado da Sábado, 22 de Junho de 2006

A Guerra no Iraque é contrária ao conservadorismo


Sr. orador, requisitei esta ordem especial para vos ler um comunicado que publiquei anteriormente no Record, no decorrer do debate sobre a resolução da guerra no Iraque.

Não requisitei tempo de oratória no decorrer do debate porque era óbvio que os responsáveis pelo horário, todos bons amigos meus, queriam apenas oradores que apoiassem a guerra, e não era minha intenção colocá-los numa situação desconfortável.

Não requisitei este tempo aos Democratas porque muitos dos meus colegas nesta minoria estavam a utilizar este debate num modo amargamente partidário. Certamente, a guerra deverá ser a última coisa a tornar-se partidária.

Mesmo assim 80 porcento dos Republicanos da assembleia, entre os quais me incluo, votaram contra os bombardeamentos na Bósnia e no Kosovo quando o presidente Clinton se encontrava na Casa Branca. Creio que 80 porcento dos Republicanos se oporiam à guerra no Iraque se esta tivesse sido desencadeada pelo presidente Clinton ou Gore, e provavelmente quase todos os Democratas a teriam apoiado, como o fizeram nos bombardeamentos na Bósnia e no Kosovo.

Grande parte da resolução que acabou de ser aprovada por esta assembleia contém uma linguagem que qualquer pessoa apoia, nomeadamente a exaltação das nossas tropas. As nossas tropas efectuam um bom trabalho onde quer que seja que as enviemos. E certamente criticar esta guerra não é o mesmo que criticá-las.

Em Agosto de 2002, dois meses antes do congresso votar a guerra no Iraque, Dick Armey, na altura o líder da nossa maioria republicana, num discurso efectuado em Iowa afirmou, “Não acredito que justamente a América efectue um ataque a outra nação sem qualquer provocação. Isso seria consistente com aquilo que temos sido como nação.”

Jack Kemp escreveu antes da guerra, “Quais são as provas que fazem com que tenhamos mais receio do Iraque do que do Paquistão ou do Irão? Reservamos o direito de iniciar uma guerra preventiva só para nós ou outras nações como a Índia, o Paquistão ou a China podem justificar acções semelhantes com base no seu receio por outras nações?”

O Sr. Kemp afirmou que, com base nas provas que tinha visto, não existia “um caso compulsivo para a invasão e ocupação do Iraque.”

William F. Buckley escreveu que se em 2002 soubéssemos o que ele sabia posteriormente em 2004, teria sido contra a guerra. No ano passado, escreveu outra coluna contra a guerra, afirmando, “Chegou-se a um ponto em que a tenacidade deriva não da determinação de um propósito mas da má aplicação do orgulho.”

O muito popular cronista conservador, Charley Reese, escreveu que esta guerra era “contra um país que não nos atacou, que não tinha os meios com que nos atacar e que nunca expressou qualquer intenção de nos atacar... e, qualquer que tenha sido a razão porque atacamos o Iraque, não foi para salvar a América de qualquer perigo, eminente ou não.” Há muitos anos, o senador Robert Taft expressou a posição tradicionalmente conservadora: “Nenhuma política de relações estrangeiras pode ser justificada a não ser que seja uma política dedicada à protecção do povo americano, sendo a guerra em última instância e apenas com o intuito de preservar essa liberdade.”

Milhões de conservadores por toda a nação acreditam que esta guerra foi anticonstitucional, não suportável e, pior que tudo, desnecessária. Foi desencadeada contra um homem maléfico, mas um homem que tinha um orçamento militar de aproximadamente dois décimos de 1 porcento do nosso.

Não vamos conseguir pagar as nossas pensões militares todas, nem as pensões de serviço social, a Segurança Social ou a assistência médica e todas as outras coisas que prometemos se continuarmos a transformar o Secretariado da Defesa num Secretariado de Apoio ao Estrangeiro e tentarmos ser os polícias do mundo.

Isto é contrário a toda e qualquer posição conservadora tradicional no que diz respeito à defesa e um défice gigantesco. O cronista conservador Georgie Ann Geyer escreveu, “Os críticos da guerra contra o Iraque têm afirmado desde o início do conflito que os americanos, embora estranhamente complacentes no que diz respeito às guerras no estrangeiro serem desencadeadas por uma minoria em seu nome, irão inevitavelmente chegar a um ponto no qual se darão conta de que devem ter um governo que mostre trabalho em casa ou um que anseie por um império espalhado por todo o globo.”

John J. Duncan Jr.

Este discurso foi proferido na Casa dos Representantes (Assembleia) dos E.U.A. no dia 16 de Junho de 2006.

Libertas: a revista da juventude conservadora dos E.U.A.

Distribuida gratuitamente em formato .pdf, Libertas.

Nós, a direita


É verdade que existe no Brasil uma ''nova direita''. Seus meios de expressão são o semanário eletrônico Mídia Sem Máscara, umas conferências do Fórum da Liberdade que se realiza anualmente em Porto Alegre e jamais é noticiado fora do Rio Grande, uns quantos blogs espalhados pela internet e cinco colunas de imprensa, incluindo esta. Somem o custo de tudo e verão que não paga uma campanha eleitoral de vereador. Por isso ou por absoluta falta de vocação, o referido movimento -- se é que chega a ser um -- não tem entre seus adeptos e simpatizantes um só político, mesmo chinfrim. Compõe-se inteiramente de intelectuais, estudantes, empresários, advogados, militares da reserva e outros cidadãos sem mandato, nem partido, nem cargo oficial de espécie alguma. Não tem um jornal impresso, mesmo aperiódico e deficitário. Não tem um programa de rádio ou TV. Não tem meios de publicar livros: de vez em quando consegue, por muito favor, meter um ou dois no catálogo de alguma editora, escondido sob milhares de títulos esquerdistas. Não tem uma entidade que o represente, nem assembléias ou reuniões. Não tem um programa de ação nem um ideário comum, exceto a convergência espontânea e precária de opiniões pessoais. Sua atuação consiste exclusivamente em proclamar que tudo está muito mal e que não há nada que se possa fazer contra isso.

Não obstante, desperta ódio, temor e suspeitas como se fosse uma força política organizada, poderosa, disciplinada, repleta de verbas, militantes e meios de difusão, pronta a tomar o poder e meter na cadeia todos os esquerdistas que não consiga eliminar fisicamente.

Ao vê-lo, senadores, deputados, ministros, chefes de redação, presidentes de ONGs milionárias e apadrinhados do Mensalão já começam a tremer e choramingar, sentindo-se vítimas de perseguição macartista e agarrando-se uns aos outros em busca de proteção. Creio mesmo que alguns deles, prevendo o pior, já tratam de reforçar suas contas na Suíça para garantir um exílio confortável nos dias negros em que o país será governado com mão de ferro pelo Reinaldo Azevedo, pelo Diogo Mainardi ou, sem falsa modéstia, por este colunista.

Igual sentimento de alarma observa-se na extrema direita. Integralistas, discípulos do sr. Lyndon La Rouche e meia dúzia de milicos xenófobos proclamam, com a desenvoltura de insiders informadíssimos, que estamos a serviço dos bancos americanos. Devem ter razão, pois não é possível que pessoas tão imunes a contaminações marxistas se enganem junto com a esquerda inteira. Apenas lamento que os banqueiros da Virginia não tenham sido notificados disso, pois teimam em me recusar um crédito de três mil dólares para a compra de um carro usado.

Há também os intelectuais, que discutem entre si na busca de uma explicação para a nossa existência, não porque desejem realmente encontrá-la, mas porque sabem que assim fazendo dão a impressão de que somos um fenômeno esquisito, uma ''aberração'' no sentido gramsciano do termo, uma coisa gratuita, desprezível e sem função na ordem social presente. Como ao mesmo tempo dizem que somos a burguesia endinheirada, isto é, o topo e comando supremo dessa mesma ordem social, ficamos sem saber o que, afinal, querem de nós. Esse pessoal é incontentável.

Por fim, há na esquerda quem diga sermos, em substância, a velha ''direita'' ricaça e fisiológica que, no seu entender, governou o país desde Pedro Álvares Cabral. A força emporcalhante dessa associação é considerável. Felizmente os respingos fecais que vêm dela só nos atingiriam se não soubéssemos que essa direita é tão genuinamente direitista que deu a maior força para o PT nas eleições, participou de toda a festança obscena do partido governante e, no fim das contas, se tornou petista ao ponto de hoje em dia sua personificação máxima, na opinião de alguns esquerdistas mais assanhados, ser o próprio Lula. Se, em desespero de causa, algum íntimo dessa promiscuidade latrinária tenta nos usar como papel higiênico, é porque contempla horrorizado o estado da própria cueca.

Olavo de Carvalho

Retirado de Jornal do Brasil, 09 de Março de 2006

Abaixo o (mau) capital


Num Portugal politicamente maduro, “esquerdas” e “direitas” inteligentes chegam às mesmas conclusões, tradutoras de (con)senso. Na verdade, que interessa se o gato é branco ou preto, desde que cace os ratos?

Há poucos dias, reparei que uma dessas ideias, “consensuais”, insistia no “crescimento económico, mas com as pessoas”.

“Com as pessoas” queria dizer, penso eu, que não há economia sem sociedade. Que não há enriquecimento nacional, continuando a pobreza.

Noutros tempos, um lado acharia que, em termos de capital, cada um sabe de si, e que a lei do mais forte do feudalismo se poderia, com vantagem, adaptar à revolução industrial.

Quanto à outra facção, insistiria, como no delirante vídeo da Torre Bela (durante o PREC), que um homem não pode sequer ter uma enxada como sua. Além da camisa suada e dos trapos da cama, e pouco mais (em teoria), no Paraíso da Classe Operária só haveria ou “propriedade pessoal”, de subsistência, ou propriedade colectiva. “Privado” era anátema.

Mas hoje, quando se diz que “as exportações puxam a economia”, reconhece-se que, sem a locomotiva de companhias sólidas, não há comboio fora da estação.

Que “companhias sólidas”, porém? As presumivelmente enormes ou as realmente boas? O livro de sucesso de Bo Burlingham, Small Giants (Penguin 2005), dá pistas suficientes. O subtítulo de Pequenos Gigantes é Companhias que decidem ser excelentes, em vez de grandes. Desfia muitos casos da vida real, com empresas que, conscientemente e por opção, conseguem ser lucrativas mas limitadas, em vez de enormes e medíocres.

No fundo, trata-se de adquirir qualidade, e de ter consciência da mesma. O melhor gelado do mundo poderia vender-se mais, e mais barato, se baixasse os padrões de controlo de dois componentes. E por isso não os baixa.

Não se pode nunca abandonar este conceito, num país periférico como Portugal, que, ainda assim, possui núcleos e nichos de excelência, “pequenos gigantes” convictos. Mas não é tudo.

O “consenso”, além das parvoeiras partidárias, precisa de combater a “deslocalização”, se esta se fizer de má-fé, com tabula rasa sobre prémios e isenções administrativas, fiscais e financeiras, por más razões (a exportação do esclavagismo, por exemplo), e ainda por cima para membros presentes, ou potenciais, da União.

Por outro lado, o “consenso” deve perguntar porque piora o investimento japonês, alemão ou americano entre nós: demasiadas regalias do trabalhador português (quem dera), ou excessivos entraves burocráticos, falta de qualidade de serviços, instabilidade política, corrupção, etc.?

O “consenso” deve remar, no sentido de atrair os projectos prestigiados de desenvolvimento, cristalinos, mesmo se arriscados.

Mas, para isso, numa Europa que, como diz Charles Kuprhan, “se re-renacionaliza”, precisa de expulsar o mau capital, e meditar, sem tabus, nas relações entre o dinheiro e a Pátria. Isto é, o povo.

Nuno Rogeiro

Retirado da Sábado, 22 de Junho de 2006

terça-feira, junho 27, 2006

Foto da Ann Coulter... porque sim!


American Conservative - Já estou a ler a minha!

Para detalhes sobre o conteúdo e alguns artigos gratuitos, visite a The American Conservative.

Nova Vaga #04 - Já nas bancas:

Para mais detalhes, e amostra em formato .pdf, visite a Nova Vaga.

Livraria da Praça:

Jaime Nogueira Pinto e Miguel Freitas da Costa, 16 de Dezembro de 2005.

Líder da extrema-direita francesa diz que há muitos negros na seleção


O líder da extrema-direita francesa, Jean-Marie Le Pen, disse que a população da França não se identifica totalmente com a seleção do país porque há muitos "jogadores de cor".

"Sentimos que a França não se reconhece totalmente nesta equipe", disse ele, que disputou o segundo turno das eleições para presidente em 2002 contra o atual ocupante do cargo, Jacques Chirac.

"Talvez, o técnico tenha exagerado na proporção de jogadores de cor. Talvez nessa área, ele devia ter sido mais cuidadoso. Talvez, tenha se influenciado por sua ideologia", avaliou.

A fórmula de miscigenação na seleção francesa se consagrou com o primeiro título mundial em 1998. Antes da conquista, Le Pen havia dito que a equipe era "artificial". Para a Copa da Alemanha, disse esperar que a França volte a ser campeã.

O político declarou ainda que o goleiro Barthez deveria ser expulso da seleção se continuar a não cantar o hino nacional.

"Hoje, há apenas um que não canta, que é o senhor Barthez. É um francês, mas não canta. Estou totalmente chocado com isso", afirmou.

Retirado do Folha Online

Uma Inspiração Internacional: Dário Di Martino

Apresentador do programa Doa a Quem Doer e candidato frequente do Partido de Reconstrução da Ordem Nacional.

Marcha para Jesus ou Parada Gay: Quem é realmente vítima de preconceito?


A Marcha para Jesus e a Parada Gay ocorreram na Avenida Paulista em 2006 com um intervalo de apenas dois dias de diferença. Apesar de estarem tão próximas um da outra em data, suas metas e compromissos são muito distantes. Uma exalta o homossexualismo; a outra, Jesus. Uma quer que homens e mulheres permaneçam no pecado homossexual; a outra oferece esperança e saída, em Jesus, para todos os pecadores.

A diferença é clara: exaltar Jesus tem como resultado transformação na vida das pessoas. No rastro do Evangelho, há ex-prostitutas, ex-drogados, ex-criminosos, ex-homossexuais, etc. No rastro do homossexualismo, a história é outra. Na Holanda, depois da pioneira lei de casamento gay no mundo, hoje quem está saindo do armário são os pedófilos, lançando até um partido para defender o sexo entre adultos e crianças. No Brasil, o Grupo Gay da Bahia, um dos primeiros grupos de militantes gays, inaugurou recentemente uma exposição “artística” explorando a cultura católica com a apresentação de uma imagem de Santo Antonio com o menino Jesus. Os idealizadores gays explicaram suas intenções: “Queremos demonstrar à sociedade que a intimidade entre adultos e crianças nem sempre foi considerada crime e tratada como pedofilia”.

Só para lembrar: a maior entidade mundial de defesa do sexo entre homens e meninos é a NAMBLA (North American Man-Boy Love Association, Associação Norte Americana de Amor entre Homens e Meninos), totalmente composta por membros homossexuais. Alguma dúvida sobre o que a exaltação ao homossexualismo trará para o Brasil e o mundo? Ainda assim, os ativistas homossexuais não temem que a imprensa liberal venha a colaborar numa campanha para desmascarar o papel do homossexualismo na NAMBLA e nas iniciativas internacionais para legalizar o sexo entre adultos e crianças.

Cobertura jornalística: os gays estão presentes, mas onde estão os evangélicos?

Os evangélicos do Brasil estão conscientes de que existe preconceito e discriminação contra eles. Por muitos anos, as Marchas para Jesus atraem tanta atenção das emissoras que dá para contar num dedo só quantos canais de TV se lembram de fazer uma brevíssima menção ao evento. Se não fosse pelas revistas e programas evangélicos que notificam sobre as marchas, ninguém no Brasil e no mundo saberia que centenas de milhares de evangélicos marcharam pelas ruas de São Paulo.

Os ativistas gays estão conscientes de que existe preconceito e discriminação contra eles. Por muitos anos, as Paradas do Orgulho Gay atraem tanta atenção das emissoras que é muito difícil ligar num canal de TV que não esteja dando cobertura ao evento… O apoio é descarado. As menções às paradas são sempre em tom elogioso.

Na parada de 2006, quase dois milhões e meio de pessoas apareceram para prestigiar a manifestação gay, que estava cheia de folia carnavalesca. Na Marcha para Jesus, o número de participantes foi três milhões. Mas não importa. Mesmo que dez milhões, ou bilhões, de evangélicos se manifestem nas ruas de São Paulo, os meios de comunicação sempre lhes dão o mesmo tratamento: silêncio. Preferem fazer de conta que não houve nada, pois a religiosidade bíblica do evento evangélico pode lembrar aos tespectadores (e aos arrogantes liberais da mídia) que existe Deus, Bíblia, pecado, Jesus, salvação e outras coisas que incomodam corações que só pensam em folia. Já a parada gay, com todas as suas aberrações, tem mais para oferecer para esses corações do que as Marchas para Jesus.

Quem são as vítimas de preconceito da mídia: gays ou evangélicos?

Na teoria, quem sofre preconceito não recebe cobertura jornalística, pelo menos não positiva. Quem não sofre preconceito nenhum é que costuma receber toda a simpatia da imprensa. Mas essa teoria não funciona na realidade. Preconceito da mídia é algo que os ativistas gays desconhecem completamente. Em contrapartida, os evangélicos, com ou sem Marcha para Jesus, continuam obscurecidos e invisíveis, apesar de todos os esforços para mostrar ao Brasil e ao mundo que eles existem e que, ao contrário dos ativistas gays, têm uma mensagem positiva para oferecer à sociedade.

Sua mensagem é que Jesus é a resposta para tudo e para todos. A mensagem dos ativistas gays, porém, é bem diferente. Apesar do papel de presente que convenientemente esconde o que pregam, basicamente eles querem viver no que acreditam. Mais do que nunca, eles estão saindo do armário e encorajando e até forçando outros homossexuais a sair do armário.

Mas embaixo do papel de embrulho está escondida a essência de sua agenda, que é simplesmente conquistar respeitabilidade social para o suposto direito de um homem se deitar com outro homem, ou, para ser mais claro, o suposto direito de enfiar o pênis no ânus do outro ou de receber o pênis no próprio ânus. Para eles, é exatamente esse ato que é motivo de tanto orgulho.

Dos meios de comunicação, os defensores desse “ato de orgulho” ganham respeito e elogios. Mas prestigiar a Marcha para Jesus pode trazer como conseqüência a recordação incômoda de que o que é visto neste mundo como orgulho pode ser na verdade vergonha, repugnante, nojento e abominação aos olhos de Deus.

O homossexualismo só é respeitado hoje porque está na lista de comportamentos da moda aprovados pela cartilha dos censores politicamente corretos. Se não estivesse, as emissoras de TV adotariam para com as paradas gays a mesma atitude que assumem contra as Marchas para Jesus — de não ver nada, não ouvir nada e não falar nada.

Dá para entender agora como o conceito de combate ao preconceito funciona para favorecer e agraciar as manifestações dos militantes gays, mas não funciona a favor das manifestações evangélicas, que sofrem nada menos do que uma censura brutal que lhes reserva a escuridão existencial diante do público?

Todo ano a história é a mesma: muita omissão para as Marchas para Jesus e muito destaque e badalação para as paradas gays. Mesmo alegando preconceito, as paradas gays recebem muito mais atenção da mídia do que os evangélicos. Se então não sofressem tanta “discriminação”, o destaque e a badalação a eles poderiam ocupar vinte e quatro horas da programação diária da televisão!

Se os ativistas gays (e seus aliados liberais) quiserem sentir na pele o que é preconceito, precisarão abandonar seu estilo de vida e se tornar seguidores de Cristo. De modo oposto, se os seguidores de Cristo quiserem ter sobre si os holofotes do sucesso social, precisarão renunciar ao verdadeiro Evangelho, que condena o pecado, mas salva o pecador.

Lamentavelmente, essa é a realidade. Dez ou apenas três indivíduos defendendo o homossexualismo têm muito mais chances de receber atenção da mídia do que 3 milhões de evangélicos exaltando Jesus.

Os oportunistas têm essa vantagem porque aprenderam a exaltar a ilusão em detrimento da verdade. É nessa ilusão desigual e injusta que os homossexuais são apresentados em programas de TV, principalmente novelas, como criaturas com perfil bondoso, sensível, tolerante e compreensivo, como se fossem encarnações de Jesus, enquanto os evangélicos são representados por figuras estranhas, intolerantes, suspeitas, fanáticas e antipáticas.

A solução para os evangélicos receberem o mesmo tratamento que os gays estão ganhando? Render-se aos pés dos liberais e suas mentiras ou, através do poder do Evangelho, ajudá-los a se renderem aos pés do Senhor Jesus. Do contrário, eles continuarão em sua missão infernal de dar destaque ao que é ruim e ignorar o que é bom.

A cobertura jornalística das Marchas para Jesus e das Paradas da Vergonha Gay tem um efeito colateral interessante: acaba mostrando no final quem realmente são as vítimas de preconceito e quem são os preconceituosos.

Julio Severo

Retirado de Julio Severo